Desconheço por completo o trabalho de Margarida Corceiro como atriz, nunca lhe vi uma única cena, sei quem é por ser namorada do João Felix e pelas notícias de vídeos, ou fotos, íntimos se terem tornado virais nas redes sociais sem o seu consentimento, o que sendo uma devassa absolutamente inaceitável (e punível) não deixa de ser uma devassa que foi muito capitalizada e rentável – sim, não tenho dados mas acredito que o número de seguidores, likes e partilhas tenha na altura disparado.

Vem agora a insuspeita revista Forbes anunciar que Magui é a maior do pedaço, é quem em Portugal tem o maior nível de influência (9 – não consegui descortinar como se mede este nível) e tem uma taxa de engagement de 8,14, ou seja, 8,14% dos seus posts geram reações, em 8,14% dos seus posts há quem ponha like, quem comente ou partilhe, e que, de acordo com a Forbes, cerca de milhão e meio de portugueses segue diariamente, repito, diariamente, os seus posts, milhão e meio!

Ficámos também a saber pela própria Corceiro que, em média, ganha 10.000 euros por cada post, e que os seus rendimentos como influencer excedem largamente os seus rendimentos como atriz.

Não faço ideia quantos posts publica, suponhamos que sejam só três por semana, 12 por mês, 120.000€ mensais, um ultraje?

Não vou por aí, podemos sempre não lhe reconhecer mérito, esforço ou talento, mas isso é entrar no plano da subjetividade moral, seria o mesmo que reiniciar por exemplo a discussão se é moralmente aceitável a fortuna que o seu (creio que ainda) namorado no Chelsea ganha, sendo que as fortunas bilionárias que os craques do futebol auferem causam muito pouco alarido.

Como digo, desconheço por completo os méritos de Margarida Corceiro, e não perspetivo vir a conhecer, mas não duvido que as marcas que a contratam deem por bem empregues os 10.000€ que lhe pagam, milhão e meio de portugueses seguem-na diariamente e 122.000 seguidores reagem ativamente às suas publicações, impressionante, é obra.