Das séries que eu vejo - And Just Like That
A continuação de Sexo e a Cidade não é grande espingarda e está a anos luz da piada que as meninas dos anos 90 tinham, em parte porque para os produtores conseguirem a participação de Cynthia Nixon (depois da recusa inegociável da fabulosa Kim Katrall), tiveram de dizer sim a todo o caderno de encargos que esta impôs, ou seja, a série tinha de ter uma forte consciência social e falar dos temas que para si são importantes (eu diria que devem ser para todos), a saber, o empoderamento das mulheres de 50, a ecologia, as políticas identitárias, a justiça social, os temas LGTB, a não violência, toda a agenda woke, tornando a série tão ativista que muitas vezes parece que estamos numa aula de formação cívica do ensino preparatório, o que em abono de verdade eu dispenso.
E como a vida é feita de paradoxos, esta fortíssima procura de uma sociedade muito evoluída joga a par com o facto de todas as personagens estarem apostadas em nos mostrar as sua mega fantasias sexuais (o que é demais cansa) e com o mega luxo das roupas, das casas, dos restaurantes, das festas, das decorações, tudo muito inverosímil.
And Just Like That (temporadas 1 e 2) tem tudo para ser um fiasco, ainda assim, ver a Carrie Bradshaw andar pelas ruas da Village em Nova Iorque é uma excelente distração, bom entretenimento.