Dos filmes de que gosto - Golpe de Sorte, de Woody Allen
Se ontem vos falava de um triângulo amoroso na literatura, hoje voltamos a outro triângulo amoroso no cinema.
Alegrem-se fãs de Woody Allen, este Golpe de Sorte (Coup de Chance, no original) é um prodígio de tudo aquilo que gostamos nos filmes de Allen, não sendo da série dos sérios e profundos mas daqueles leves e divertidos, uma comédia negra que parodia com os tiques, dramas e neuras da elite parisiense - por acaso é filmado em Paris mas podia muito bem ser na Manhattan de sempre.
Uma das personagens diz "we would like to be able to control everything but in reality we have very little control", ou seja, como sugere o título do filme, a sorte e o acaso comandam grande parte das nossas vidas, mas façamos fisgas para que potenciais novos filmes de Woody Allen não sejam fruto do acaso ou de um golpe de sorte, pois apesar do espírito e acutilância de Allen estarem mais jovens do que nunca, o único drama aqui é saber que o senhor está a fazer 88 anos, sim, 88, e questionarmos se, com as portas das produtoras americanas fechadas, poderemos voltar a ver mais algum filme de Woody Allen, que lástima seria se assim não for.