Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

BURRO VELHO

BURRO VELHO

15
Dez23

Dos espetáculos de que gosto - Miguel Meets Karima

BURRO VELHO

Screenshot_20231215_080015_Gallery.jpg

 

Miguel Meets Karima é uma atuação a solo do performer e coreógrafo Miguel Pereira, onde em aproximadamente 40 minutos se debruça sobre a sua parceria criativa com a coreógrafa egípcia Karima Mansour, com o seu próprio olhar sobre Karima, sobre as coisas que correram mal entre si, os ditames dos processos criativos, o mundo das residências artísticas e das programações culturais, sempre com o sentido apurado, arguto, sensível e com laivos de humor tão característicos dos trabalhos de Miguel Pereira.

Belo espetáculo, ainda em cena no Teatro São Luiz, Lisboa.

 

14
Dez23

Dos filmes de que eu gosto - May December, de Todd Haynes

BURRO VELHO

Screenshot_20231214_091218_Gallery.jpg

 

Todd Haynes realizou alguns dos meus filmes preferidos, como Longe do Paraíso ou Carol, e este MAY DECEMBER, com uma aparente capa de filme superficial ao contar a história de uma mãe trintona que vai presa por se ter envolvido amorosa e sexualmente com um adolescente de 13 anos, ficará uns furos aquém, mas ainda assim é um grande filme com silêncios que incomodam, em que tudo parece estar bem e afinal tudo está em tumulto e mal resolvido, é um filme doce que nos causa desconforto ao ver a humanidade, a fragilidade e a falha das personagens.

O filme vai receber algumas nomeações para os óscares, não sendo expectável que ganhe alguma: o ex-adolescente Charles Melton vai bem mas não me conquistou por aí além, se calhar porque o nosso olhar não desgruda de Natalie Portman e Julianne Moore, absolutamente magnéticas e enigmáticas num jogo de espelhos de ingenuidade, cinismo e manipulação, quase nos confundindo no jogo do quem é quem - Portman deve falhar a nomeação para atriz principal por um triz, Moore tem muitas possibilidades para atriz secundária, fabulosas.

 

13
Dez23

Da cara de pau - António Lacerda Sales

BURRO VELHO

Screenshot_20231213_131537_Gallery.jpg

 

Quando afirma que nenhum secretário-de-estado tem o poder de marcar qualquer consulta no SNS fico na dúvida se é débil ou se acha que todos os portugueses são débeis, mas se somarmos todos os demais esquecimentos e caras-de-pau as minhas dúvidas desaparecem, dá dó ver um político por quem até tínhamos um elevado apreço cair assim no lodo, alguém que diga pf ao Dr. Lacerda Sales que ele já era, que seja irradiado de vez da política.

A cunha é grave, mas o pior é como o pai, o doutor filho e o espírito santo mentiram, omitiram, sonegaram, apagaram, mandaram telefonar, assobiaram para o lado e esqueceram tantas coisas neste processo das gémeas, cobriram-se todos de lama.

Já agora, ou eu estou confuso ou a que propósito a Ordem dos Médicos abre um processo para averiguar as ações de um Governante, que por acaso até é médico? Devo ser só eu.

 

12
Dez23

Dos documentários que vejo - American Symphony

BURRO VELHO

Screenshot_20231211_184322_IMDb.jpg

 

‘American Symphony’ acompanha ao longo de um ano a vida do cantor, instrumentista e compositor Jon Batiste, um génio da música que passa despercebido entre nós mas que já ganhou um Óscar e uma catrefada de grammys, por cá conhecemo-lo sobretudo por ter animado durante muitos anos o talk show de Stephen Colbert.

Além de podermos observar o seu processo criativo de compor uma nova sinfonia, testemunhamos ainda como o jovem talentoso vindo de New Orleans atinge o auge do sucesso, mas ainda assim tem de gerir várias agruras na vida, nomeadamente a doença da sua mulher, Suleika Jaouad, revelando-nos uma bonita história de amor, de sonho e perseverança.

Documentário realizado por Mathew Heineman com muito boa energia. Na Netflix.

 

09
Dez23

Da atualidade política - João Costa, o ministro da educação

BURRO VELHO

Screenshot_20231207_085529_Gallery.jpg

 

João Costa atual ministro da educação do ainda Governo de António Costa, ou João Costa apoiante do candidato Pedro Nuno Santos? João Costa que sempre anunciou ao país que ‘que todas as medidas de recuperação possíveis já tinham sido feitas, nomeadamente a correção das assimetrias e os mecanismos de aceleração da carreira’, não havendo condições para a recuperação do tempo de serviço congelado, ou João Costa que entende haver espaço para a recuperação integral do tempo de serviço dos professores?

João Costa diz agora que não mudou a sua posição, João Costa pode dizer tudo o que bem entender, mas temos legitimidade para concluir que João Costa se deixou levar pela vertigem eleitoralista de querer muito continuar num novo Governo, não se preocupando por um segundo, ou a dita vertigem fê-lo inadvertidamente esquecer esse cuidado, com uma qualidade ímpar que nunca deve abandonar um político, a verdade, porque há uma coisa que sabemos, não sendo estas suas últimas declarações demagógicas e eleitoralistas, então o ministro João Costa sempre definiu políticas públicas nas quais não acreditava – João Costa já se terá arrependido certamente deste seu deslize, a sua carreira política não foi hipotecada mas vai demorar anos a fazer esquecer esta sua frase assassina, ficou claramente fragilizado na sua ação governativa futura.

 

08
Dez23

Dizem os antigos e coisas da história - Dezembro e a Conceição

BURRO VELHO

Screenshot_20231207_144639_Gallery.jpg

 

Já dizem os antigos, 'Conceição molhada, festa seca', que é como quem diz, se chove no feriado da Imaculada Conceição então vamos ter festas solarengas, uma espécie de 'carnaval na rua páscoa em casa' em modo natalício, e como por estas bandas nem pingo de chuva veremos então se os antigos acertam este ano com um Natal molhado.

A propósito do feriado religioso que se celebra hoje, para agradecer ter recuperado a independência em relação aos Filipes de Espanha, e para ver se caía nas boas graças do papa de então, em 1646 o rei D. João IV consagrou o reino de Portugal a Nossa Senhora da Conceição, tendo colocado a sua própria coroa na imagem da Santa que estava na Igreja com o seu nome em Vila Viçosa, tornando-se a Nossa Senhora da Conceição a rainha de Portugal e, por esta razão, desde então nunca mais nenhum rei ou rainha usaram coroa na cabeça. 

 

07
Dez23

Das artistas da atualidade - Taylor Swift

BURRO VELHO

Screenshot_20231206_223449_Gallery.jpg

 

Certamente que já a terei ouvido inúmeras vezes na radio mas não lhe consigo associar nenhuma música, não posso dizer se gosto ou não porque até hoje o fenómeno passou-me ao lado, mas Taylor Swift em 2023 continuou a bater records atrás de records, primeira artista bilionária com receitas exclusivamente provenientes da música, tour mais rentável de sempre com a sua The Eras Tour, o filme-concerto com a maior bilheteira de sempre num único fim-de-semana, a artista mais ouvida no Spotify, os movimentos turísticos em massa graças aos swifties (assim se chama ao seu infinito grupo de fãs) e o impacto positivo no PIB dos países onde atua, os hotéis esgotados, as adaptações das companhias aéreas para levarem os ditos swifties aos concertos, e, pasme-se, as cátedras nalgumas universidades americanas e europeias dedicadas exclusivamente à sua literatura, negócios e direito (alguém me explica?), e pasme-se mais ainda, a comparação do seu génio enquanto compositora a Bob Dylan, Paul McCartney e Joni Mitchel (ok, tenho mesmo de perder umas horas e ir ouvi-la, Bob Dylan?), parece indiscutível que Taylor Swift é um fenómeno altamente rentável e que entusiasma multidões, por tudo isso a revista TIME elegeu-a como a Pessoa do Ano 2023.

Num ano de guerras e de trevas Swift ganhou por ter ‘encontrado uma forma de transcender fronteiras e de ser uma fonte de luz, sendo a pessoa que atualmente consegue comover tão bem tantas pessoas’, e se assim é, especialmente num ano de guerras e de trevas, então o reconhecimento será justo, ainda assim não deixa de ser esquisito saber que sucede a pessoas como Zelenskyy, Musk, Biden, Trump, Merkel, Obama ou Papa Francisco, pelo menos a mim este l’air du temps soa esquisito.

 

06
Dez23

Da atualidade - o Presidente Marcelo e as gémeas (take II)

BURRO VELHO

Screenshot_20231205_200830_Gallery.jpg

 

Regresso ao tema da forma apressada como o Presidente Marcelo lavou as suas mãos como Pôncio Pilatos no caso das gémeas luso-brasileiras: se eu acho que é motivo de destituição, sinceramente acho que (ainda) não, se eu acho que é grave, sim, muito, e no mínimo o Presidente deve ao país um pedido de desculpas.

Há claros indícios de que o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa exerceu, ou deixou que se exercesse, a sua influência para beneficiar pessoas próximas do seu círculo familiar, situação se não irregular sem dúvida alguma altamente censurável, mas o pior será ainda a forma dissimulada como o Presidente tem vindo a reagir a todo este caso das gémeas.

Nas verdadeiras questões de Estado o Presidente ainda merece a minha confiança, mas em questões ‘menores’ há muito que me parece desadequado, a sua vontade de se sobrepor a tudo e a todos querendo estar sempre em todo o lado e comentar tudo o que mexe dá muitas vezes asneira, são muitos os episódios embaraçosos, mas malgrado nunca ter escapado ao epíteto de maquiavélico nos seus corredores pré-presidenciais, não me recordo de nenhuma situação em que lhe pudéssemos apontar uma falha de carácter, até agora, ao fazer-se de dissimulado e esquecido, ao ameaçar prontamente com tribunal a quem lhe apontasse o dedo, ao demarcar-se da sua família, ao esquecer-se dos pedidos do filho, da intervenção do médico, ao resguardar-se no silêncio, tudo isso deixa-o altamente fragilizado e alvo da chacota fácil, a partir de agora sempre que alguém suspeitar que alguém beneficiou de alguma cunha a piada vai ser imediata, olha aquele também falou com o Marcelo, ouvir-se-á.

Tratar o filho por Doutor Nuno Rebelo de Sousa não tem nada a ver com ser um beto de Cascais como tenho ouvido, tratar-se-ão por você por uma questão de educação e isso é respeitável, mas quando o Presidente trata o filho por Doutor está a querer cimentar a fronteira entre o Presidente e o cidadão Doutor, não é o filho, é o Doutor Nuno, um cidadão comum pelo qual o Presidente não tem qualquer responsabilidade - engana-se senhor Presidente, é facto que a família não foi eleita mas se o senhor Presidente não tem mão nela não pode assobiar para o lado, claro que tem a sua quota de responsabilidade, sobretudo quando sonega e esconde.

O mais caricatural é quando os jornalistas lhe perguntam se já tentou saber junto do filho o que realmente se passou, Marcelo responde que nada perguntou porque assume por princípio que nada irregular aconteceu e, sendo assim, o Ministério Público que faça o seu trabalho, a sério senhor Presidente? Sabem aqueles emojis dos três macacos sábios que não ouvem, não veem e não falam? O Presidente também não ouve, não vê e não fala, e quando ouve, vê e fala, ou apaga da memória ou apaga os registos, e assim está tudo bem. Mas alguém acreditará nisto?

PS: continuo expectante sobre mais esclarecimentos sobre o turbo processo de nacionalização no Consulado de São Paulo.

 

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

Em destaque no SAPO Blogs
pub