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BURRO VELHO

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28
Set24

Das coisas de cinema e das despedidas - Maggie Smith

BURRO VELHO

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Para a minha geração que gosta de cinema, a morte de um ator ou realizador de que gostamos às vezes apanho-nos de surpresa - o quê, morreu o Philip Seymour Hoffman, nãoooo -, mas tem sido algo esporádico, mas tal como nas nossas vidas pessoais e familiares, à medida que vamos envelhecendo, a morte começa a ficar cada vez menos distante, começamos a dar por nós a pensar quanto mais tempo vamos poder repetir aquela situação com aquela pessoa, e numa escala diferente, é certo, o mesmo acontece com os atores e realizadores que adoramos desde sempre.

Muitos deles estão ali nos 90 anos e continuam a fazer filmes regularmente, filmes que adoramos devotamente, Woody Allen, Clint Eastwood, Judi Dench, Fernanda Montenegro, Michael Caine, Roman Polanski, Robert Redford, outros foram-se retirando mas de vez em quando ainda nos emocionam à brava em novos filmes, como o belíssimo filme de despedida de Sophia Loren, e cada vez que vejo um filme desta gente penso, será que vamos ter a felicidade de vos voltar a ver, será que vocês que nos acompanharam toda uma vida ainda nos vão trazer filmes novos?

Maggie Smith era uma das que me vinha logo ao pensamento, que atriz maravilhosa, tantos e tantos filmes, como já escrevi aqui neste blog, uma rainha, partiu ontem, e juntamente com outras partidas recentes, Donald Sutherland, Gena Rowlands, até Alain Delon, de alguma forma, para mim, assim se inicia um novo ciclo.

Saudades, admiração e tristeza, é o que sinto. Adeus, Maggie Smith, rainha!

 

27
Set24

Das séries de que gosto - The Bear

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A grande surpresa dos Emmy deste ano foi a derrota de THE BEAR na categoria de melhor comédia, depois de ter ganho nas duas temporadas anteriores.

Tenho cá para mim que até se fez justiça, apesar de THE BEAR ser muito superior, a vencedora HACKS é uma delícia de uma verdadeira comédia, e não consigo descortinar os critérios para se nomear THE BEAR como comédia, tirando os fabulosos irmãos Fak foram poucos os sorrisos que esbocei durante as três temporadas.

THE BEAR é absolutamente extraordinária por diversas razões, já vale a pena só por poder ver a maior de todas, Olivia Colman, num underacting insuperável em apenas três episódios, ou então o overacting desmedido e altamente perturbador de Jamie Lee Curtis como a mãe Berzatto – aquela ceia de natal da temporada 2, minha nossa senhora -, e todo o fascínio da alta cozinha é só por si bastante sedutor, mas THE BEAR é, antes de tudo o resto, sobre a pressão, a pressão de sermos os melhores, de não desiludirmos, de procurarmos sempre a superação, sobre a ambição que nos cega, até a pressão de termos contas para pagar, e o cenário dos restaurantes estrelas Michelin é propício a esse ambiente.

E é também sobre as faturas que normalmente se pagam quando temos de lidar com essa pressão, a da solidão e a da doença mental, e digo-vos que é impressionante como é que em episódios tão curtos, a maioria tem pouco mais de meia-hora, se consegue condensar nalguns tanta pressão, alguns episódios são tão opressivos, têm tanta gritaria, ou tantos silêncios ensurdecedores, que por vezes chega-nos a faltar o ar para respirar tal a ansiedade do que estamos a ver, sobretudo se a Jamie Lee Curtis estiver por perto, uma mãe é sempre uma mãe.

A energia que todos os atores dão às personagens é tal que quase se consegue tocar, parece que estamos a partilhar o luto ou tão só a lavar pratos ou a descascar ervilhas com eles, notável.

Se não tiverem Disney+, justifica a subscrição por um mês e façam como eu, vejam as três temporadas de empreitada.

Comédia? Hein?

 

26
Set24

Dos filmes de que eu gosto - His Three Daughters, de Azazel Jacobs

BURRO VELHO

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Até podíamos dizer que o filme HIS THREE DAUGHTERS, do realizador, para mim desconhecido, Azazel Jacobs, é um filme de atrizes, tal a força e a sensibilidade das três filhas, Carrie Coon, Elizabeth Olsen e Natasha Lyonne, esta última a ser mesmo ventilada para a próxima temporada de prémios, mas o filme é muito mais do que as três portentosas atrizes somadas, é um filme das palavras e da tensão dos afetos,  que vive no desconforto de uma família que quer fingir que se dá bem mas que na verdade não se dá de todo, uma família que já passou a fase da mágoa e dos traumas e que simplesmente já está deslaçada, desfeita, e quando o pai que ainda as une está no leito da morte, há coisas para gerir, sentimentos para disfarçar, emoções a irromper, verdades a revelar, impossível não ver His Three Daughers e não sentirmos ali um apertozinho no estômago.

Um excelente filme, com uma lindíssima fotografia de Nova Iorque, saturada, quase em sépia, e uma banda sonora do brasileiro Rodrigo Amarante que vou rapidamente descobrir.

Na Netflix.

 

24
Set24

Da atualidade internacional – o relatório Draghi e o declínio da Europa

BURRO VELHO

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Mário Draghi divulgou o seu relatório de 400 páginas, encomendado pela Comissão Europeia, sobre o futuro da competitividade europeia, e o sentimento que fica depois de lermos os resultados é que mais vale fechar as portas e zarparmos rapidamente para outro continente, tal a negritude com que pinta a realidade.

A Europa continua a ter muita riqueza acumulada, mas perdeu o comboio a gerar riqueza, que é mais ou menos o mesmo que dizer que estamos a viver acima das nossas possibilidades e que todas as regalias do estado social, de que tanto nos orgulhamos, estão seriamente postas em causa.

Os números são muitos, por exemplo, em 1990, os 12 países da CEE produziam 27% da riqueza mundial, hoje os 27 países da UE produzem apenas 16%. Antes eramos donos de mais de ¼ do produto mundial, hoje de apenas 1/7, com os EUA a manter a liderança e a China a galgar terreno.

Desde a década de 90, com o surgimento da internet e da primeira revolução digital, que a Europa tem estado a marcar passo e a viver dos seus feitos no passado, se virmos quais eram as empresas mais fortes na Europa há 20 anos, são as mesmas de hoje, quase todas do setor automóvel, enquanto aquelas que o são hoje do outro lado do Atlântico simplesmente não existiam nessa altura, e isto explica-se pelos níveis de investimento em I&D totalmente desfasados entre o que se pratica na América e na Europa.

Agora que estamos a iniciar a segunda revolução digital com a Inteligência Artificial, as diferenças acentuam-se cada vez mais, e enquanto a América investe, inova, cresce e enriquece, a Europa, que todos aos anos perde 2 milhões de trabalhadores, concentra-se em expulsar imigrantes, consumindo cada vez menos, produzindo cada vez menos, crescendo cada vez menos, e empobrecendo cada vez mais, conseguindo ainda empurrar para os EUA aqueles que ousam em inovar (30% dos unicórnios nascidos na Europa desde 2021 terão emigrado para os EUA).

A principal causa desta clivagem são os diferentes níveis de investimento, quer público, quer privado, sendo que enquanto a mentalidade europeia insistir exclusivamente no financiamento bancário para financiar a sua economia temos um problema, muito agravado pela qualidade desse mesmo investimento - quando aproveitamos o PPR para gastos correntes e dar umas formaçõezinhas e desperdiçamos a oportunidade para transformar a economia, não há maneira de aprendermos, hélas!

Em jeito de resumo, o caminho único que Draghi aponta é uma maior integração europeia, com políticas orçamentais, fiscais e energéticas alinhadas (para quando a ligação elétrica da Península Ibérica a França), com uma mão-de-obra renovada (não só de massa cinzenta, mas também com mãos para trabalhar), com acesso a outras fontes de financiamento, focada no investimento e com uma transição climática com metas menos exigentes e mais alinhada com os outros blocos mundiais, ou seja, exatamente o oposto da agenda dos governos frágeis e extremistas que proliferam pela Europa fora, e com populações cada vez mais em ponto de rebuçado, está bonito está.

Às vezes até um otimista vacila, e como alguém disse um dia, a América inova, a China copia e a Europa regula, estamos no bom caminho.

 

20
Set24

Dos meus livros - Cinco Esquinas, de Mario Vargas Llosa

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Predomina o sentimento de que estamos a ler as notícias cor-de-rosa da revista Hola, personagens burguesas, frívolas, simplistas, a forçar muito a nota num erotismo de seda, mas Vargas Llosa não sabe escrever mal, Vargas Llosa é absolutamente um dos maiores escritores vivos e oferece-nos um livro que se lê de forma trepidante, envolvendo-nos na negritude da ditadura do ex-Presidente Fujimori (contra quem Vargas Llosa concorreu nas eleições presidenciais de 1990, falecido há poucos dias depois de ter passado alguns anos na prisão), que na crueldade da sua polícia política, a par dos sequestros frequentes nessa época do Sendero Luminoso e outros grupos terroristas, trazia o medo e a miséria aos Peruanos, havendo no entanto sempre alguém que tentava erguer mais alto a sua voz de coragem numa luz de esperança. Tudo isto enquanto os ricos iam a Miami ter as suas aventuras proibidas e esbanjar os seus milhões.

Para mim CINCO ESQUINAS está a anos luz de livros como Travessuras da Menina Má, O Sonho do Celta, O Herói discreto, História de Mayta ou A Tia Julia e o Escrevedor, a profundidade e a sensibilidade que reconheço em Vargas Llosa não parece morar aqui, a densidade parece que deu lugar à futilidade, se esta fosse a minha estreia no autor receio que não mais voltaria a si, mas ainda assim lê-se CINCO ESQUINAS com muito agrado e voltarei sempre e sempre a Vargas Llosa.

 

16
Set24

Da atualidade - Lucília Gago, a audiência e as mulheres

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Sim, a senhora procuradora-geral devia ter falado mais cedo ao país, sim, mais do que toda poderosa e intocável (o que em si mesmo não tem de ser uma coisa má, sinceramente prefiro um procurador-geral que se sinta forte e destemido) a senhora procuradora-geral pensa que não tem de prestar contas a ninguém, parece acreditar que ninguém pode ousar o atrevimento de questionar os métodos e os resultados de algumas primas-donas do Ministério Público, é essa a pele que a senhora procuradora-geral lhes parece querer vestir, sim, a senhora diz estar convencida de que não há fugas do segredo de justiça vindas de dentro do MP, sim, a senhora procuradora-geral tem uma figura muito antipática que em nada a favorece, sim, pessoalmente desejo que o novo ou nova procuradora-geral tenha um perfil muito distinto, sobretudo que saiba comunicar e estabelecer empatia, e sim, tenho muitas saudades do tempo da anterior ex-procuradora-geral, mas caramba, só vi alguns excertos da audiência parlamentar que deu a semana passada na Assembleia da República mas não vi nada de lesa-majestade, não lhe ouvi assim nada que me tivesse perturbado por aí além vindo da boca da PGR, e parece-me tonto quando toda a gente a cruxifica por ter um discurso misógino ao atacar as mulheres na casa dos 30 anos que engravidam muito – permitam-me ir contra a corrente mas muito sinceramente não vejo aqui alguma misoginia ou ataque às mulheres, se houvesse provavelmente a Instituição que lidera não teria aproximadamente 90% de mulheres abaixo dos 30 anos, a senhora procuradora-geral só apresentou um facto real e objetivo para justificar aquilo que lhe foi questionado, é factual que durante o período de gravidez e de aleitamento a jovem mãe não está a produzir e os resultados não podem aparecer como se lá estivesse a 100%, ou pode?

Não encontro ali nenhum juízo de valor ou sequer algum desincentivo, encontro muito mais um não temos meios para termos mais resultados e sermos mais rápidos.

Também me faz sorrir quando as pessoas que ficaram horrorizadas com esta afirmação vêm recordar que hoje em dia a Lei permite igualmente que seja o pai a gozar parte da licença e como tal é uma falácia dizer-se que ter muitas jovens mães no MP não pode justificar o atraso dos processos, a sério? Desconheço dados estatísticos oficiais, mas ou eu vivo num mundo muito à parte ou a afirmar-se que a simples existência da Lei assegura que pai e mãe gozam de forma equitativa esse período das licenças é ser pouco sério.

Quanto à audiência parlamentar, admito que possa ter feito a leitura errada, mas pareceu-me que os senhores deputados estavam muito mais preocupados com os casos mediáticos dos seus pares do que com todo o restante trabalho do MP, que não se deve circunscrever aos casos mediáticos, assim espero.

 

13
Set24

Da atualidade política - o veto na gaveta da lei da eutanásia

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É legal, mas não é possível.

Após vários vetos políticos de Marcelo, de chumbos do Tribunal Constitucional, depois de uma alargadíssima discussão pública e de um apurado trabalho legislativo, a Assembleia da República aprovou a Lei da Eutanásia em Maio de 2023, com uma redação suficientemente blindada para precaver quaisquer situações de excesso ou de incúria, que é mais ou menos o mesmo que dizer que a maioria do povo português decidiu conceder o direito à morte medicamente assistida àqueles que invocam para si o direito à sua própria vida, e que manifestamente sofrem de uma doença grave e incurável e que se encontram numa situação de grande sofrimento- a lei não mata ninguém nem obrigará ninguém a matar, isso não existe!

Mas apesar de já ser legal, ainda não é possível, é necessário regulamentar a forma como é que todo o processo se irá operacionalizar, e para isso o Governo tem de fazer aquilo para o qual foi mandatado, redigir e aprovar os regulamentos necessários, os quais terão de ser promulgados pelo senhor Presidente da República.

Mas alguns senhores que se julgam iluminados e acima da lei, resolveram empurrar as suas obrigações com a barriga e por omissão recusam-se a fazer o que tem de ser feito, meia dúzia de senhores arroga-se ao direito de pelas suas convicções pessoais quererem impedir que seja cumprida a lei, tudo isto com o beneplácito da magistratura de influência negativa do suposto crente católico Marcelo Presidente, e digo ‘suposto’ porque a posição individual de cada um sobre esta matéria nada ter a ver com a fé católica, certamente que o Jesus Cristo do amor não desejará que os seus crentes sofram inauditamente, quando tudo o que querem é descansar sem fazer mal a ninguém.

Não vou discutir agora a bondade da lei, sim, ponderados todos os riscos sou convictamente favorável à lei e à dignidade humana que a lei concede a todos, mas as nossas posições individuais não relevam para a discussão que se está a ter no momento, acredito que o respeito pelos doentes, que possam estar a aguardar, obriga a que tenhamos de dar voz a este movimento que agora surge e apoiar a carta aberta que muitas personalidades dirigiram ao Governo, a qual afirma que “regulamentar a eutanásia é respeitar a democracia” – Sr. Primeiro Ministro, deixe se ser sonso e xico-esperto, não se esconda com minudências artificiais e cumpra a democracia e o estado de direito que ainda é Portugal.

 

12
Set24

Da atualidade internacional - Trump vs Kamala e Taylor Swift

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Uma sondagem efetuada pela revista NEWSWEEK, no início de 2024, concluiu que 18% dos votantes norte-americanos reconhecem que votariam com mais probabilidade num candidato à corrida presidencial que viesse a ser apoiado por Taylor Swift, 18%! 18%? Muitos de vós pensarão o mesmo que eu, isto só é possível na América, mas ninguém pode duvidar que esse endorsement a um dos candidatos lhes iria trazer mais votantes, sem dúvida alguma.

Diz também a NEWSWEEK, que aproximadamente 3 em cada 10 eleitores com menos de 35 anos votariam com mais probabilidade no candidato Swift, sendo que nestas eleições esperam-se 8 milhões de novos eleitores, significando aproximadamente 41 milhões de potenciais eleitores da Geração Z.

Mal terminou o debate entre Trump e Harris, num comunicado que terá sido estudado ao pormenor, Taylor Swift concedeu o seu firme apoio a Kamala e assinou com uma frase absolutamente assassina para o lado de Trump, ridicularizando e expondo o perigo da frase proferida pelo candidato a vice J.D. Vance, quando este disse que o país não podia ser governando por um bando de mulheres com gatos e sem filhos, pasme-se!

Já escrevi aqui há alguns meses que não compreendo o fenómeno Swift nem tenho especial simpatia pela artista, mas saúdo entusiasticamente este endorsement, tudo o que contribua, nem que seja marginalmente, para a eleição de Kamala Harris é precioso, vai com tudo childless cat lady.

 

11
Set24

Dos filmes que vejo - Ritual, de Ingmar Bergman

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Para quem como eu conhece pouco a obra de Ingmar Bergman – gosto muito de Fanny & Alexandre, Cenas da Vida Conjugal ou Sonata de Outono mas não me recordo de ter visto mais algum dos seus filmes -, a Leopardo Filmes deu-nos agora a possibilidade de vermos grande parte da obra do realizador sueco com um ciclo de cinema que mostra 31 dos seus filmes, alguns inéditos nos cinemas de Portugal, retrospetiva essa disponível em várias salas do país até ao mês de outubro.

Na verdade estou mais uma vez a desperdiçar esta oportunidade, ainda assim consegui ver RITUAL, filme de 1969 com pouco mais de 1 hora de duração e feito para passar na televisão, e se no início se estranha de tão bizarro que é, a história de uma trupe de teatro ambulante que é sequestrada por um juiz por alegadas obscenidades e atentado ao pudor, depois entranha-se... e sendo um objeto de cinema com uma estrutura tão linear, apenas 4 atores confinados a 4 exíguas paredes, não deixou de me impressionar como é que em 1969 a televisão sueca passava telefilmes como este, tão fora da caixa, arrojados e desafiadores da moral e bons costumes, nós em Portugal na altura tão bafientos e estes suecos tão à frente.

 

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