Dos filmes que adoramos - Batalha Atrás de Batalha, de Paul Thomas Anderson

A brigada do bom gosto da malta que gosta de cinema quase que te obriga a venerar Paul Thomas Anderson, se tiveres a ousadia de lhe torcer ligeiramente o nariz corres o sério risco de ser proscrito para o resto da tua vida de qualquer conversa sobre filmes, tal a unanimidade em redor de PTA, mas a verdade é que PTA não falha, os seus filmes são obras-primas, ou estarei eu toldado por desejar muito pertencer ao clube do bom gosto?
Brincadeiras à parte, PTA não estará no topo absoluto dos meus realizadores preferidos, mas é um génio.
Batalha Atrás de Batalha é prodigioso em tudo, é entretenimento puro pelo simples prazer de desfrutar cinema, é ação, pancadaria, tiros e muito chinfrim, é mestria na forma como faz arte e prende o espetador (a perseguição numa estrada lá mais para o final é de antologia), mas também é profundidade, sátira e retrato sociológico, seja na relação de amor entre um pai e uma filha, seja na tragicidade cómica naquelas personagens bizarras de tão perversas que são, e que las hay las hay, seja ainda na reflexão profunda da perigosidade reinante na américa de hoje, aquela supremacista branca que odeia os negros e maltrata e expulsa os emigrantes.
Leonardo DiCaprio, Sean Penn, Benicio Del Toro, Regina Hall, Chase Infiniti e a Teyana Perfidia Beverly Hills Taylor são superlativos, são para lá de bons, tal como a banda sonora do senhor Jonny Radiohead Greenwood.
São mais de 2h40 de puro deleite, sempre com o músculo do coração a palpitar no sítio certo, seguramente um dos melhores filmes do ano, um grande bem-haja a esta Hollywood que vai resistindo a Trump.
PS: o cartaz na foto não é o cartaz oficial português, mas gosto particularmente desta versão.









