Da atualidade - os rankings das escolas
Sempre que saem os rankings anuais das escolas, em função das notas dos exames nacionais, ouvem-se vozes a defender que a divulgação das listas não devia ser permitida, escamoteia muito trabalho escondido, que não é igual ensinar uma turma cujos jovens são todos filhos de pais licenciados, com um computador, secretária e quarto só para si, ou outra em que se sabe lá em que condições vivem, todos entendemos este tipo de argumentos perfeitamente.
Os rankings não são certamente um retrato do que a escola é, nem um certificado do bom desempenho dos seus professores, são apenas uma fotografia de um ângulo específico, nem a ideia dos rankings é premiar o orgulho de ninguém nem servir como publicidade para os melhores colégios atraírem melhores alunos, tal acontecerá mas é algo acessório.
O propósito destas listas é darem informação sobre a realidade, permitem sem sombra de dúvida aos decisores perceberem como melhorar o ensino, corrigir assimetrias e diminuir as iniquidades, e a partir do momento que essa informação existe, então que seja escrutinada, em primeiro lugar deixem que as escolas percebam o que as suas vizinhas andam a fazer para tentarem ser melhores, deixem que as escolas sigam os melhores exemplos que podem ser evidenciados à luz dos rankings, não só de quem está nos lugares cimeiros, mas também, e sobretudo, daquelas que se superam, deem esses estímulos às direções escolares, e, em segundo lugar, concedam às famílias que façam as suas próprias análises e que tomem as suas opções dentro do que está ao seu alcance.
Os rankings não são tudo, mas são instrumentos importantes aos quais todos devemos ter acesso, viva o escrutínio e a transparência.