Da atualidade política - Pedro Passos Coelho
Volta Pedro, estás (quase) perdoado.
Para mim um estadista tem de ter dois tipos de qualidades, tem de ter mundo, de ser culto, gostar de ler, viajado, ter visão, ter rasgo, tem de gostar de viver bem, e assim ter maior propensão para procurar uma sociedade mais progressiva e pluralista, não reconheço estas qualidades em Pedro Passos Coelho, quando diz aos portugueses que passa férias na sua Manta Rota de sempre pode passar uma imagem de pessoa simpática, concordo, mas não a do estadista que vê sempre mais além, que procura sempre mais, pelo contrário, passa-me a mensagem do político que se contenta com pouco e acomoda com tudo, e como tal, se cortar no nível de vida dos portugueses está tudo bem, porque ele próprio também vive com pouco, daí às vezes escapar-lhe a boca à verdade e soltar umas afirmações assassinas como aquela do ‘emigrem senhores professores’, quando o nosso primeiro diz isto está tudo quilhado (palavra bonita esta).
Por outro lado, tem de ser uma pessoa com coragem, íntegra, preparada, do lado do bem e humanista, e estas virtudes consigo reconhecer em Pedro Passos Coelho (a forma como enfrenta as vicissitudes tramadas da sua vida pessoal de alguma forma reforça-nos esse sentimento).
Mesmo que não me reveja nele em muitas das suas posições (e.g. eutanásia), reconheço que devolverá à Política a seriedade que ela exige, talvez isto seja pedir pouco, mas nos dias que correm, com o desgoverno da maioria absoluta e uma direita de gatas e unhas afiadas, se o fizer já não é coisa pouca.