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BURRO VELHO

BURRO VELHO

01
Mar23

Da cara de pau - Federação Portuguesa de Futebol e Fernando Santos

BURRO VELHO

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Assumo que nunca gostei do senhor engenheiro Fernando Santos, da atitude defensiva e pequenina que sempre imprimiu na seleção (sou dos que acham que a seleção teve êxitos apesar do senhor engenheiro, mas na verdade pouco percebo de futebol e acho que nunca gostei de nenhum selecionador nacional, está visto que o problema deve ser meu, admito), da sua subserviência para com o nosso Cristiano (da qual se quis redimir ao mostrar-nos a todos no último campeonato que afinal quem mandava era ele) e não comungo das causas sociais ou fraturantes que, no seu pleno direito, foi defendendo ao longo dos anos, tão pouco me comoveu tê-lo visto a rezar à sua devota Nossa Senhora de Fátima.

Dito isto, sim, embirro com o senhor engenheiro.

Já me deixou um pouco mais incomodado saber que era arguido por fugir às suas obrigações fiscais, em 4,5 milhões de euros, e continuar impavidamente a ser o selecionador de todos nós, aquele que nos devia representar é alegadamente o primeiro a arranjar um esquemazinho com a sua entidade patronal para fugir ao fisco, oh pá, cria-se uma empresa com a minha mulher e dá-se a volta a isto, mas mais uma vez o problema deve ser meu pois não me apercebi que esta minha inquietação fosse algo que incomodasse de sobremaneira os portugueses, quem nunca.

Certo, arguido não é condenado e os direitos de cada um são invioláveis até à justiça se pronunciar, facto, mas aos meus olhos há certos cargos de representação que não devem ser exercidos por pessoas diminuídas na sua ética e moral, e com mais ou menos vírgula legal que possa isentar de culpas ou condenar o senhor engenheiro, parece-me claro que foram usados aqui expedientes manhosos para contornar obrigações que o Estado, e bem, exige ao cidadão comum, pelo que me considero (mal) representado por quem não reúne as condições mínimas.

 E a nossa Federação Portuguesa de Futebol (FPF) no meio disto tudo? Bom bom é atribuir o título de sócio de mérito ao senhor engenheiro, ora pois então, que atitude seria de esperar de quem tem alegadamente o rabo preso, porque o alegado esquemazinho não se engendrou sozinho, são precisos dois para dançar o tango, e quando sentimos a malha a apertar nada melhor que acelerar e seguir em frente de queixo erguido para ver se a coisa passa despercebida.

Mas pede-se mais à FPF, entidade que deve prestar contas pelo seu serviço público, devia ter vindo logo a terreno com a transparência necessária retratar-se e arrepiar caminho ou demonstrar que este caso era um não caso (se o fez e andei distraído o meu mea culpa desde já), fica a suspeita sobre porque não o terá feito.

Para compor ainda mais o ramalhete, e passando por cima de muitos pormenores que aqui pouco importam, vem agora a CADA – Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos (autoridade com competência para tal) dizer à FPF que devia facultar o acesso aos contratos do senhor engenheiro (e dos demais treinadores também, já agora), teimando a FPF em não acatar essa recomendação por o parecer não ser vinculativo, só os tribunais é que têm a última palavra nesse sentido.

Naturalmente que haverá questões a salvaguardar e direitos a proteger, estas coisas não se tratam com a leveza da pena de quem escreve estas opiniões, as investigações estarão a decorrer e os tribunais irão dizer de sua justiça, aguardemos, mas que isto cheira a esturro e que a atuação da FPF deixa muito a desejar, sem dúvida.

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