Das lendas vivas - Madonna e a sua Celebration Tour
Assim que ouço muitas das suas canções sou capaz de começar logo a trauteá-las e menear os ombros num qualquer tímido passo de dança, ainda assim creio que tenho apenas uma música sua nas infindáveis horas das minhas listas Spotify, Live to Tell, não tenho muito o hábito de a ouvir, claro, ‘sabemos’ todos que não é uma cantora dona dos graves mais bonitos e de agudos lá nas alturas, e se falarmos dos seus dotes de atriz então ainda é pior a emenda que o soneto, mas a lendária e super icónica Madonna é das artistas que mais admiro, a verdadeira rainha da Pop, pela enorme performer que ela é mas também, sobretudo, por ser absolutamente inspiradora, uma miúda sonhadora e ambiciosa, ousada e provocadora, que quando chegou a Nova Iorque, no final dos anos 70, teve de namorar com rapazes que tinham chuveiro em casa para conseguir tomar banho, e que, marimbando-se sempre para as críticas, tornou-se numa voz planetária sempre a lutar pelos direitos humanos do lado certo da história, sempre a defender os doentes com SIDA, a proteger as minorias ou na emancipação das mulheres, como esquecer por exemplo aquela noite dos grammys em 2014, em que juntamente com Macklemore e Queen Latifah patrocinou o casamento de 34 casais, straight e gay, numa altura em que a lei ainda não o permitia em muitos estados norte-americanos.
Num dia de junho de 2012, de má memória para mim, tinha eu dois bilhetes para a ir ver a Coimbra e fiquei em casa com os ingressos na mão, não estava escrito que assim fosse, mas o que eu gostaria de estar hoje ou amanhã no Altice Arena, Lisboa, a vê-la a celebrar 40 anos de carreira com a sua Celebration Tour. Congrats Madonna!