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BURRO VELHO

BURRO VELHO

26
Jan24

Das séries que eu venero - The Crown

BURRO VELHO

Falta-me ver o último episódio da sexta e última temporada de The Crown, quando o vir será o fim desta série absolutamente memorável, das melhores de sempre, restar-me-á apenas o prazer de poder revê-la muitas vezes.

The Crown é antes demais um tratado de história e de cidadania, devia ser estudada nas escolas, o que todos nós aprendemos sobre esta democracia absolutamente fundadora das nossas democracias ocidentais, apesar do tom cor-de-rosa que são as vidas dos príncipes e princesas, na minha opinião, oferecendo-nos também esse lado faustoso das festas, salões e mexericos, The Crown foi antes de tudo uma aula de história, sobretudo da britânica mas não só, sem descurar este lado mais voyeurístico, que quase todos nós temos, de nos deixar entrar na família real e assim aumentarmos um pouco mais os créditos de simpatia que Isabel II já nos merecia.

Se tudo em The Crown roça a perfeição, os cenários, a música, o genérico, os candelabros, toda a pompa, há algo que é francamente estarrecedor, o imenso comboio de atores geniais, consagrados, conhecidos, em ascensão ou ilustres desconhecidos, algo nunca visto, diria eu.

Esta última temporada saiu um pouco fora de pé, deixou um pouco de lado o rigor histórico das temporadas anteriores (apesar dos créditos não nos deixarem esquecer que os factos são apenas levemente inspirados em factos reais) e enveredou mais pelo lado gossip, da suposição, do que se imagina, da fantasia, dos sonhos, e isso causou-me alguma estranheza e resistência, mas por outro lado construiu nas entrelinhas várias camadas para nós próprios reconstituirmos a história que mais nos convém – esta cena, em que logo após a sua morte Diana aparece como fantasma ao príncipe Carlos, é bem exemplo disso, e é uma das minhas cenas preferidas de todas as temporadas, a fragilidade, o desamparo, a graça, a subtileza da dor que Dominic Charles West e Elizabeth Diana Debicki nos oferecem é qualquer coisa de outro mundo (Debicki é mesmo uma das rainhas maiores do cinema).

 

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