Do lado do bem - Dalai Lama
Depois de uma criança lhe pedir um abraço, Dalai Lama pede-lhe em troca um beijo na face, depois nos lábios e, por fim, pasme-se, que lhe chupe a língua depois de carinhosamente a mostrar ao menino.
Não importa muito conhecer quais são os comportamentos habituais da cultura tibetana nem se a comunidade tibetana não viu ali qualquer malícia, o gesto é reconhecidamente inapropriado e o próprio líder espiritual veio logo pedir desculpa e mostrar arrependimento, mas será que é algo assim tão grave que justifique a onda de indignação que suscitou no mundo ocidental?
Parece que há alguns relatos de abusos sexuais e de maus-tratos infantis passados dentro dos mosteiros tibetanos – a ser verdade esperamos todos que o budismo tibetano consiga fazer a expurga desse cancro, o que tão bem sabemos não ser fácil -, mas entendo que o nosso olhar não deve estar contaminado à luz dos escândalos de pedofilia na igreja católica.
Pode ser ingenuidade minha, não ponho as mãos no fogo pela sua castidade, mas inclino-me mais a ver este episódio como uma demonstração de afeto tosca e imponderada, aos meus olhos Dalai Lama continua a ser portador de uma mensagem de paz, continua a ser alguém do lado do Bem.