Dos filmes de que gosto - Conclave, de Edward Berger
Depois do fabuloso ‘A Oeste Nada de Novo’, o suíço Edward Berger realizou agora CONCLAVE, sobre o processo cardinalício para eleição de um novo Papa, todo um mundo de rituais e secretismos em que os interesses e regalias da Cúria parecem sobrepor-se ao que deverá ser o melhor para os crentes na Igreja Católica, um filme austero e sóbrio, com excelentes diálogos a sustentar um thriller de intriga política com a dúvida da fé, CONCLAVE é um bom filme, não obstante alguns desvarios sem necessidade lá mais para o final, o twist dos últimos cinco minutos pareceu-me desnecessário e não se percebe o que acrescentou o espalhafato da cena do rebentamento da bomba.
O talento de Isabella Rossellini e Stanley Tucci merecem ser premiados, mas Adrien Brody em O Brutalista tem de ser mesmo de outro mundo para impedir que Ralph Fiennes arrecade o Óscar para si, que portento nas suas hesitações e conflitos íntimos.
A nomeação para melhor filme do ano também é quase certa, e não me choca se assim acontecer, mas sendo um bom filme não é um dos melhores filmes do ano, e ou muito me engano, ou além de Fiennes pouco ou nada deve ganhar na temporada de prémios que se avizinha.