Das coisas do cinema - Prémios Sophia
Um dos meus filmes favoritos de 2022, ALMA VIVA, da luso-francesa Cristèle Alves Meira, arrecadou esta noite seis prémios Sophia, da Academia Portuguesa de Cinema, nomeadamente o de melhor filme, argumento original, atrizes e fotografia.
Recupero aqui o que na altura escrevi sobre o filme.
Nunca vivi na aldeia mas venho e sou da aldeia, e apesar de longe deste interior transmontano reconheço tudo o que se passa neste Alma Viva, a aspereza dos campos, o linguajar, o asneiredo, as crendices e as mézinhas, as crianças no mundo dos adultos, as casas pobres e descuidadas, as cozinhas, os anexos e os galinheiros, os enterros e o esperar dos mortos que os filhos chegassem de fora, os emigrantes que vinham a falar françoguês nos seus bons carros com alegria na chegada e tristeza na partida, tudo isto que é estranho à cidade e aos da cidade é familiar a quem tem raízes na província, por isso, percebo que haja quem entenda que este filme não tem grande história, para mim respira vida e Portugalidade, com uma Ana Padrão fulgurante (os restantes atores, maioritariamente, amadores super convincentes). De alma cheia.