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BURRO VELHO

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06
Set24

Dos documentários que vejo - Elis & Tom

BURRO VELHO

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Poder ver neste “Elis & Tom, Só Tinha de Ser com Você” todos os meandros e o método da composição criativa do álbum homónimo, do grande mestre Tom Jobim e da transcendental Elis Regina, é um privilégio imenso, este Elis & Tom que é um dos álbuns mais bonitos da música popular brasileira e que inclui uma das canções mais icónicas do século XX, Águas de Março. Que bálsamo tão bom.

 

29
Ago24

Dos documentários que vejo - Elisabeth Taylor

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Ainda na senda das grandes atrizes de Hollywood, que atingiram a apoteose e depois saíram dos holofotes, Elisabeth Taylor foi das últimas divas saída dos grandes estúdios, dona de uns incontornáveis olhos azuis violeta e uma das estrelas mais glamourosas e extravagantes com os seus 7 casamentos, a eterna Lassie ou Cleópatra para todos nós, para mim a inesquecível Martha naquele vendaval que é Quem Tem Medo de Virgínia Woolf, filme com o qual ganhou o seu segundo Óscar, e a propósito de algumas gravações recentemente descobertas, temos agora este documentário ELISABETH TAYLOR - THE LOST TAPES, diretamente pela voz da própria.

Instável, caprichosa, para muitos galdéria, whore, e estou a citar assim em inglês Elisabeth Taylor para não ser tão agressivo, excessiva, viciada, cheia de predicados pouco simpáticos, e ainda assim transbordante na sua aura de diva da era dourada de Hollywood, e para quem se fascina com este mundo do cinema este folhetim novelístico é imperdível.

Na Max.

 

28
Ago24

Dos documentários que vejo - Faye Dunaway

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Belíssimo documentário sobre Faye Dunaway, a lenda viva dos anos 60 e 70, sobre quem foi no passado e sobre quem é hoje, sim, a seguir ao auge vem quase sempre a sombra, e há muito que Faye perdeu as luzes da ribalta.

Mal-afamada (e mal-amada) por ser volátil, difícil e temperamental – Bette Davis acusou-a sem papas na língua de ser a pior pessoa de Hollywood -, mas absolutamente icónica e dona de um talento desmedido em filmes como Bonnie & Clyde, Chinatown ou Network.

O realizador, Laurent Bouzereau, com o seu consentimento, não procura suavizar a sua personalidade, complicada, irascível, alcoólica, mãe negligente, adúltera no seu romance com Marcello Mastroianni, não a desculpa com o excesso de trabalho, depressões ou com uma bipolaridade descoberta tardiamente para nos despertar alguma empatia, nada disso, mas também não deixa de nos questionar se o seu mau-feitio mereceria tanto alarido se Faye fosse um dos atores consagrados do seu tempo, será que sim?

Mais ainda do que rever os seus filmes, fiquei com imensa vontade de ver as fotos que foi fazendo na sua carreira com os melhores fotógrafos atrás de si, Faye tinha um carisma e um magnetismo com a câmara insuperável.

Na Max.

 

15
Nov23

Dos documentários que vejo - Viver a vida até aos 100 anos, o segredo das zonas azuis

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O documentarista Dan Buettner, com uma equipa de antropólogos, médicos e epidemiologistas, reconheceu que nalgumas zonas do mundo concentra-se um número anormalmente elevado de pessoas centenárias, as chamadas ‘zonas azuis’.

Ao longo de vinte anos estudaram a fundo estas comunidades - Okinawa, no Japão, Sardenha, na Itália, Nicoya, na Costa Rica, Ikaria, na Grécia e Loma, na Califórnia  -, a sua história e geografia, e procuraram identificar hábitos de vida comuns que possam explicar esta longevidade, e mesmo admitindo que algumas destas características não surtam efeito em nós próprios, não deixa de ser um excelente mote para nossa reflexão – eis alguns dos traços que predominam nestas povoações em que muitos habitantes vivem mais de cem anos:

- Comem aquilo que a terra dá, aquilo a que chamamos hoje uma dieta plant based;

- Ninguém passa horas no ginásio ou corre maratonas, mas cansam o corpo ao longo do dia;

- Vivem em ambientes com muitas colinas obrigando-os ao movimento e impedindo o sedentarismo;

- Vivem em comunidade, rodeados de família e amigos, e cuidam dos mais velhos, os lares quase não têm ‘clientes’;

- Dormem a sesta;

- Vivem devagar;

- Acordam todos os dias com um propósito de vida, aquilo que no Japão chamam ter um Ikigai.

Muito interessante, e se não pudermos ser todos centenários, que possamos pelo menos melhorar um pouco a nossa qualidade de vida. Na Netflix.

 

16
Out23

Dos documentários que vejo - Orlando, a minha biografia política, de Paul B. Preciado

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Há 100 anos atrás Virgínia Woolf escreveu ‘Orlando’, um romance em que um jovem aristocrata muda de sexo, agora o escritor, filósofo e ativista trans Paul B. Preciado realiza o documentário ‘Orlando, a minha biografia política’ - obra de difícil classificação, documentário parece o mais aproximado -, que é uma carta cinematográfica dirigida à memória de Woolf para lhe agradecer e informar que o Orlando que em 1928 ela criou na literatura saiu dos livros e ganhou vida nas muitas pessoas transgénero, nomeadamente as 25 pessoas trans não binárias, dos 8 aos 70 anos, que com umas belíssimas gorgeiras do século XVII dão voz às palavras de Orlando e nos revelam que, na verdade, o caminho não é tão fácil como o foi o do aristocrata inglês, que numa noite durante o sono acordou noutro corpo, que o caminho é árduo mas que há sempre um caminho.

Por vezes o filme perde-se um pouco, ou pelo menos eu perdi-me, mas impossível não sair das salas de cinema mais consciente e solidário.

 

17
Jul23

Dos documentários que vejo - House of Hammer

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Armie Hammer era um ator promissor, desempenhou algumas personagens memoráveis (Call me by your name) e tudo apontava que fosse um astro em Hollywood, ainda por cima bonito, carismático e herdeiro de família multimilionária de Los Angeles.

Armie Hammer é também uma pessoa feia e malformada, dispenso-me de mais qualificativos, de quem provavelmente, conhecidos os factos, não me apetece voltar a ver nos écrans.

Mas fiquei muito ambivalente com este documentário, logo à partida com a existência deste mesmo documentário.

Não será politicamente correto assumir a dúvida, Hammer é um fdp e descende duma família de fdps, mas será um abusador? Serão as vítimas verdadeiras vítimas ou umas jovens deslumbradas à procura de vingança e de prolongar os seus dias de fama?

Hammer é um psicopata que violenta as suas presas femininas, escolhidas cerebralmente a dedo, ou é mais um sacana famoso e sedutor que nos seus flirts tenta viver as suas fantasias a roçar o extremo? As jovens alguma vez disseram ‘não’? Não, assumem que não. As jovens andavam felizes e por sua vontade própria? Sim. As jovens foram impedidas de ou forçadas a alguma coisa? Tenho dúvidas.

Gostar de sexo BDSM e ser kinky não é tema, escrever mensagens dirty e fortes não é tema (alguém dizer num whatsapp que gostava de a comer (literalmente) não faz dela um canibal, please), a falta de consentimento sim, aí entra o abuso, e estas jovens reconhecem que nunca disseram não, pelo contrário, apanhavam aviões para atravessar a América e sair para a farra com o príncipe famoso.

Será que temos um abusador em série ou será que temos histórias de dois adultos livres, independentes e capazes de se defender?

O mundo não precisa de Armie Hammers, mas serão estes casos vítimas de abuso?

‘House of Hammer’, documentário na HBO Max.

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