Da atualidade - Palestina livre
É preciso coragem para estar do lado certo da história, Espanha, Irlanda e Noruega anunciaram que vão reconhecer a Palestina como um Estado de direito independente. Bravo!
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É preciso coragem para estar do lado certo da história, Espanha, Irlanda e Noruega anunciaram que vão reconhecer a Palestina como um Estado de direito independente. Bravo!
Numa excelente entrevista à revista Visão, diz Martin Wolf, jornalista do Financial Times, que a democracia “é o melhor sistema disponível, mas talvez não seja possível mantê-lo e acabe por ser um pequeno intervalo na longa história humana de autocracia, plutocracia e repressão, que tem sido a nossa forma de gerir sociedades”, arriscando mesmo vaticinar que a possível reeleição de Trump seja o princípio das democracias tal como as conhecemos nas últimas décadas.
Até eu, um otimista inveterado, partilho deste pessimismo de Wolf, não só pelas guerras que nos ameaçam a todos, emergentes ou latentes, mas sobretudo pelo fim do paradigma político e pela ganância de poder de quem nos governa ou quer governar.
Antes governava quem ganhava as eleições, princípio basilar e fundador da democracia, hoje tudo isso já foi chutado para as calendas, governa quem tiver mais trunfos para vender aos deputados que dão votos, mesmo que estes sejam inimigos declarados da democracia, ou até mesmo, despudoradamente, condenados e fugidos da justiça, nos tempos de hoje a ganância pelo poder perdeu a vergonha e saiu à rua com um orgulho estampado na cara desses políticos.
A gerigonça portuguesa inventada por Costa, Jerónimo e Catarina, a qual admitamos todos que correu bem, abriu um precedente muito perigoso, e se normalmente somos nós que importamos ventos de Espanha, desta feita foi Pedro Sánchez que não esperou pela demora de imitar o seu amigo e homólogo português.
Pedro Sánchez, o primeiro-ministro espanhol, acabou de perder as eleições legislativas para um pouco carismático líder do Partido Popular, Alberto Núñez Feijóo, não tendo permitido que este formasse Governo e estando agora prestes a ser novamente investido pelo Rei como primeiro-ministro, tendo para o efeito negociado uma amnistia para aqueles que se rebelaram contra a própria Espanha, contra aqueles que defendem o fim da própria Espanha que agora Sánchez se propõe a governar, lei da amnistia essa que Sánchez sempre se manifestou contra, até ao dia que teve de se curvar e lamber o chão que Puigdemont e os seus pares pisam para se manter no poder. Parece confuso? Nada disso, é simples, Sánchez sacrifica tudo à sua sede de poder.
A bipartidirização política que conhecíamos terminou nas democracias ocidentais, talvez com exceção dos EUA e Inglaterra hoje em dia é muito difícil formar governos estáveis na Europa, a imensa proliferação de partidos políticos que elegem deputados, a forma como os eleitores descontentes elegem políticos plutocratas lunáticos e extremistas racistas antissistema e a ganância cega de quem quer formar governo, tudo isto nos faz partilhar do pessimismo de Martin Wolf e questionar durante quanto mais tempo as democracias ocidentais irão sobreviver, estando Pedro Sánchez a contribuir em muito para esse fim – ao pé de nuestros hermanos os nossos políticos portugueses ainda são uns anjinhos, até quando?
No rescaldo da vitória de Espanha no campeonato do mundo de futebol feminino, o presidente da Federação Espanhola, Luís Rubiales, espetou um beijo na boca de uma jovem futebolista, Jenni Hermoso.
Apesar da própria futebolista ter desvalorizado o sucedido, em qualquer circunstância parece-me uma atitude incorreta, contudo, no pressuposto que possa haver uma relação íntima entre presidente e futebolista e mediante as devidas explicações e pedido de desculpas, dada a euforia do momento podemos convir que não foi um crime de lesa-majestade e aceitar tranquilamente a situação.
Mas face às críticas que se fizeram ouvir lá por Espanha, qual foi a reação do senhor respeitável presidente? Chamou de idiotas toda a gente que o criticou – falou grosso e falou muito bem porque parece que em Espanha (e não só) os senhores presidentes e o futebol ainda gozam duma moral absolutamente intocável.
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