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BURRO VELHO

BURRO VELHO

12
Jun24

Está mal - os falhanços do Estado

BURRO VELHO

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Há poucos dias em São Mamede de Infesta um homem de 42 anos assassinou a sua ex-namorada, atropelando-a mortalmente três vezes à porta do seu trabalho, assegurando que o pneu da sua viatura esmagava o crânio da vítima – os vizinhos e transeuntes perseguiram-no e conseguiram que a PSP o prendesse.

O bandido era reincidente porque já em 2009 tinha assassinado outra mulher, dessa feita com 23 facadas e em Castelo Branco – note-se a forma particularmente hedionda dos crimes -, tendo sido então condenado a 16 anos de prisão, libertado ao fim de 10 anos em liberdade condicional.

Uns anos mais tarde, outra jovem, em Bragança, apresentou queixa do assassino, tendo tudo ficado em águas de bacalhau porque na altura do COVID parece que o país não funcionava, sorte imensa terá tido essa senhora, saber-se-á hoje.

Indignem-se minha gente, porque é para indignar, a mulher agora assassinada já tinha apresentado queixa à polícia 7 vezes – 7!!! -, a última das quais cerca de 2 semanas antes do fatídico atropelamento, esta senhora disse às autoridades, que nos devem defender, que se sentia em perigo, e essas mesmas autoridades nada fizeram para a proteger, ou se alguma coisa fizeram (desconheço) foi insuficiente.

Como é que uma pessoa que mata outra com 23 facadas vê a sua pena reduzida para quase metade, que bom comportamento é este que põe criminosos na rua a matar outras pessoas? O tribunal de execução de penas cumpriu todos os preceitos? Presume-se que sim.

Já é bastante chocante saber que o comportamento deste homem em 2019 não foi suficiente para ter sido reconduzido imediatamente à cadeia, afinal estava em condicional, mas como é que foi possível este criminoso cadastrado que espalha o horror pelo país fora, não ter sido impedido de cometer novo crime, como é que foi possível que o Estado não tenha protegido esta mulher que pelo menos em 7 ocasiões pediu desesperadamente ajuda?

Das duas uma, ou alguém (ou vários alguéns) não cumpriu (ou não cumpriram) com as suas obrigações, e se assim foi que seja(m) devidamente punida(s), ou os procedimentos estão errados, e nesse caso que se mudem os procedimentos, mas agora que já ninguém pode salvar a vida desta senhora resta-nos a todos clamar que o Estado cumpra a sua principal missão, proteger os cidadãos, tendo o nosso Estado falhado de forma grave e muito grosseira, triste, muito triste.

 

02
Out23

Está mal - as máfias das senhas

BURRO VELHO

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De alguma forma estou a repetir a opinião que aqui partilhei há apenas quatro meses, mas lido mal com esta falência absoluta do Estado nos serviços básicos que presta e nas franjas da população mais vulneráveis que são de longe as mais afetadas – nos últimos cinco anos testemunho diariamente as intermináveis filas para alguns serviços públicos em Lisboa, filas que contornam quarteirões, sobretudo para o IMT, primeiro na Elias Garcia, agora ao Saldanha, todos os dias, ano após ano, e nada se faz, é deixar ali as pessoas a tostarem, onde por vezes acontece uma pequena zaragata mas quase sempre pessoas ordeiras e pacientes.

Por isso esta notícia chocou-me imenso, de que existe uma máfia das senhas nas lojas de cidadão, alguém também vulnerável ocupa os lugares dianteiros de véspera e depois os manda-chuvas, nas barbas das autoridades, vendem essas senhas a quem por elas desespera, 20€ é um valor comum, mas pode ir aos 100€ em função do grau desse desespero.

Ninguém me convence que estas não são daquelas situações que o Estado tem imperiosamente de sanar, primeiro a de fazer desaparecer esta escumalha sem escrúpulos (ao que parece o ministério público já terá o processo em mãos, esperemos que produza resultados), e que duma vez por todas resolvam a praga das filas intermináveis, se calhar até já há soluções, se calhar até já há aplicações para se agendar antecipadamente uma hora, se calhar as pessoas simplesmente desconhecem, mas isto não é sazonal, é dia atrás de dia, ano atrás de ano, há cinco anos testemunho eu todos os dias, não abandonem estas pessoas que esperam, não nos abandonem.

 

02
Jun23

Está mal - Serviços Públicos

BURRO VELHO

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Todos as manhãs antes das 9 passo por várias repartições públicas como o IMT, a Segurança Social e uma Loja do Cidadão, que não parece ser das piores, e o cenário é sempre o mesmo, filas de espera (na foto) que dão a volta ao quarteirão, filas de centenas de metros e longas horas pela frente em condições verdadeiramente penosas (na sua grande maioria estrangeiros) – e quem for um pouco mais tarde já não arranja as benditas senhas.

Num país que se quer na vanguarda do mundo ocidental, e com um Governo que diz estar com os bolsos cheios, não se tratam as pessoas desta forma indigna, o mau atendimento das repartições públicas devia ser uma prioridade de estado.

 

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