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BURRO VELHO

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06
Jan25

Das coisas de cinema e os Globos também falam português - Fernanda Torres

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O Globo de Ouro para melhor atriz em filme dramático fala português, a maravilhosa Fernanda Torres arrecadou a estatueta com o filme AINDA ESTOU AQUI, 25 anos após a sua mãe, a icónica Fernanda Montenegro, também ter sido nomeada pela sua interpretação em Central do Brasil, ambos filmes realizados por Walter Salles.

AINDA ESTOU AQUI estreia no dia 16 de janeiro e estou absolutamente em pulgas para o poder ver, a história verídica de Eunice Paiva, que não desiste de procurar o seu marido, ex-deputado, desaparecido durante a ditadura militar, contando com a participação também de Fernanda Montenegro, mãe de Fernanda Torres no filme e na vida real, este filme promete tanto, mas tanto.

Já tivemos portugueses nomeados aos principais prémios do cinema, os Óscares, o responsável de fotografia Eduardo Serra e os produtores da curta de animação Ice Merchants, além da própria Montenegro enquanto portadora da nossa língua, mas (se não me engano, creio que não) é a primeira vez que um prémio desta categoria consagra um falante de português.

Com todo o respeito e admiração, apetece dizer, a Nanda também é um bocadinho nossa, bravo!

 

29
Nov24

Dos filmes de que eu gosto - Blitz, de Steve Mcqueen

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Blitzkrieg é uma palavra alemã que significa guerra-relâmpago, origem do nome pelo qual é conhecido o período da história em que as cidades inglesas foram severamente bombardeadas pelas tropas nazis durante a segunda grande guerra, Blitz, que também dá nome ao título do novo filme de Steve Mcqueen.

Por aparecer em muitas listas de favoritos à nomeação de melhor filme para os Óscares, e, sobretudo, pela admiração que tenho pelo realizador (Fome, Vergonha, 12 anos de escravo, entre outros), tinha as expetativas muito em alta, e não posso de todo dizer que Blitz é um mau filme, nada disso, é um filme belíssimo, mas, admito, ficou muito aquém do que prometia, ou de que eu desejava.

No núcleo da história, uma mãe (Saoirse Ronan) tem de se afastar do seu filho de nove anos (Elliot Hefferman) quando as crianças londrinas são evacuadas à força para o campo, filho esse que ao fugir inicia uma aventura para conseguir regressar a casa da mãe e do avô, havendo depois vários temas satélite, a mãe solteira, o papel da mulher na guerra, sobretudo o racismo latente da sociedade londrina, quando estamos mais habituados ao retrato de uma sociedade progressista e multicultural aqui há racismo hostil, porque racismo há sempre, mas com uma riqueza tão grande de temas, no meio de uma reconstituição história admirável ficou tudo um bocadinho pela rama, em vez de levantar fervura ficou sempre em banho-maria.

Os atores são um deleite, mas com exceção da criança as personagens são sempre muito secundárias, o tímido Harris Dickinson (o par de Nicole Kidman no tão aguardado Babygirl) quase que não se vê, o onírico Benjamim Clementine que nos enche a alma mas desaparece logo a seguir, a própria Saoirse Ronan que encanta quando canta e dá mimo ao filho mas de quem ficamos a conhecer tão pouco.

A falta de verosimilhança nalgumas cenas é facilmente perdoada pelo tom quase poético que predomina no filme, mas no fim a profundidade e a energia visceral que Mcqueen nos costuma oferecer aqui dá lugar à ternura, Blitz é um filme muito bonito sobre a ternura, ideal, diria eu, para ver em família durante o Natal.

Na Apple TV+.

 

 

10
Mar23

Dos meus filmes - Ice Merchants

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Breves minutos de animação de traço simples, meio tosco e indefinido, cores saturadas, sonoridade musical muito envolvente, que sem nenhuma elaboração nos leva muito além do simples quotidiano repetitivo de uns bonecos que vendem gelo, leva-nos ao amor filial, ao risco da sobrevivência, à vertigem do abismo e às alterações climáticas, são breves minutos de poesia sem palavras.

Que festa seria se na madrugada de domingo recebesse o Óscar, mas a admiração e o orgulho de nós todos já ganhou.

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