Das séries de que gosto - Eric
Tenho um fascínio absoluto pela iconografia de Nova Iorque dos anos 70 e 80, suja, decadente e fumegante, só por isso ERIC já é uma delícia, mas se ERIC começa com um drama familiar e um mistério, vai depois evoluindo para muitas outras coisas, tornando-se cada vez mais escura e densa à medida que vai tocando nas relações familiares, na doença mental, nas dependências, no crime, pobreza, teias de poder, política, corrupção, racismo, homofobia, todo um imenso caldeirão de podridão que nos vai entranhando na pele sem apelo nem agravo, juntando-se tudo num final que nos convoca para a esperança.
Não há como não falar dos atores, se a Gaby Hoffmann é um portento de força, vulnerabilidade e desespero, se o português José Pimentão encarna o bem de forma muito convincente, entre todos os outros que são fabulosos não há como não engrandecer Benedict Cumberbatch, que prodígio de interpretação, aplausos para ele.
ERIC, uma das melhores minisséries do ano. Na Netflix.