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BURRO VELHO

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18
Dez24

Das séries que eu vejo - Mary & George

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Na Inglaterra do século XVI, Mary Villiers é uma mulher ambiciosa e pobre que não antevê grande futuro para o seu filho do meio, George, que nada tem para herdar, e conhecendo Mary as fofocas sobre as relações extraconjugais do rei Jaime I com jovens rapazes, traça um plano para que o seu promissor filho se torne amante do rei – Mary & George é uma série de época, audaciosa, despudorada e picante, que conta a história de forma leve e em tom de ligeira comédia.

Não é uma série extraordinária, mas é puro entretenimento de elevada qualidade e com o génio de Julianne Moore, whatelse?

 

06
Dez24

Dos filmes que amamos - O Quarto ao Lado, de Pedro Almodóvar

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The Room Next Door era o filme por mim mais ansiado da temporada, sentei-me religiosamente no cinema na sua noite de estreia, sou um profundo admirador de Pedro Almodóvar, uma das minhas referências maiores do cinema, e venero em absoluto Julianne Moore e Tilda Swinton.

Houve uma ou outra coisa que me pareceram menos bem conseguidas, demasia de flashbacks no início muito explicativos, a personagem de John Turturro totalmente dispensável, sendo interessante o paralelismo de um cancro a uma guerra, a ponte entre o indivíduo doente e o mundo em crise, o ativismo pessimista de Turturro pareceu-me algo deslocado, a sua personagem em nada acrescenta, tal como o fanatismo religioso através do polícia foi algo colado a cuspe, mas estes detalhes em nada toldaram o filme, O Quarto ao Lado é um filme perfeito, um milagre doce, um drama delicado, silencioso e com pitadas de humor sobre a morte e a sua aceitação (ou não), é um dos filmes mais bonitos do ano.

Compreendo quem não goste do filme, estou certo que a grande maioria não gostará, mas tenho dificuldade em entender aquele jovem casal que abandonou a sala ao fim de uma hora, certamente terão escolhido o filme ao acaso, porque dificilmente os fãs da sensibilidade de Almodóvar poderão sentir-se defraudados com esta sua estreia na língua inglesa, estamos longe da intensidade, da alta voltagem, de filmes como A Lei do Desejo, Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos ou Tudo Sobre a Minha Mãe, este é um outro Almodóvar, um Almodóvar que envelheceu, que vê a morte a aproximar-se, um Almodóvar sereno, tranquilo, que olha para o passado sem ser nostálgico, que se arrepende e que o celebra ao mesmo tempo, de reconciliação, é um filme como todos os seus filmes, com uma enorme sensibilidade centrada no ser humano, que aborda questões éticas e filosóficas sobre a eutanásia, tema sempre complexo, sobre a dignidade que temos de reivindicar para vivermos a nossa própria morte como melhor entendermos, com o foco sempre subtil e delicado na pessoa humana.

Se esta transição Almodovoriana para a serenidade é inegável, os traços tão distintivos dos filmes de Almodóvar mantem-se, a força das personagens femininas, a música de Alberto Iglésias e sua assinatura visual com os vermelhos e os verdes, os amarelos e azuis, as longue chaises do deck, o guarda-roupa da Tilda, cenas de uma tremenda elegância estética, planos muito bonitos.

Leão de Ouro em Veneza, mesmo que não isento de algumas fragilidades O Quarto ao Lado, que aborda um tema pesado e pesaroso com uma doçura delicada, é um dos meus filmes do ano.

Bravo mestre! Bravo divas!

 

14
Dez23

Dos filmes de que eu gosto - May December, de Todd Haynes

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Todd Haynes realizou alguns dos meus filmes preferidos, como Longe do Paraíso ou Carol, e este MAY DECEMBER, com uma aparente capa de filme superficial ao contar a história de uma mãe trintona que vai presa por se ter envolvido amorosa e sexualmente com um adolescente de 13 anos, ficará uns furos aquém, mas ainda assim é um grande filme com silêncios que incomodam, em que tudo parece estar bem e afinal tudo está em tumulto e mal resolvido, é um filme doce que nos causa desconforto ao ver a humanidade, a fragilidade e a falha das personagens.

O filme vai receber algumas nomeações para os óscares, não sendo expectável que ganhe alguma: o ex-adolescente Charles Melton vai bem mas não me conquistou por aí além, se calhar porque o nosso olhar não desgruda de Natalie Portman e Julianne Moore, absolutamente magnéticas e enigmáticas num jogo de espelhos de ingenuidade, cinismo e manipulação, quase nos confundindo no jogo do quem é quem - Portman deve falhar a nomeação para atriz principal por um triz, Moore tem muitas possibilidades para atriz secundária, fabulosas.

 

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