Dos espetáculos que vejo - Dear Evan Hansen
Tinhas as expetativas em alta, convenci-me que nada podia falhar neste DEAR EVAN HANSEN, a adaptação portuguesa em cena no Maria Matos, um muito premiado musical da Broadway, daqueles inspiracionais com músicas catitas, da malta que compôs o La La Land, e que no final nos deixa com um sorriso nos lábios, com o bónus de ter a Gabriela Barros no elenco de quem eu tanto gosto, pois bem, um verdadeiro fiasco.
Torci logo o nariz na primeiríssima cena, a forma frenética e apatetada como o protagonista teclava no computador, e esse foi o tom de todo o espetáculo, pateta e infantil, com os versos das canções carregadinhos de palavras que não encaixavam com a métrica das melodias, até eu ficava sem respirar ao tentar, sem sucesso, perceber o que os jovens atores estavam a cantar, um som péssimo, inaudível, sobretudo quando a banda em palco tocava ao mesmo tempo.
Não posso dizer que o elenco juvenil seja canastrão ou que desafine a cantar, mas não funciona de todo, sem qualquer carisma e incapazes de construir uma dinâmica de grupo que entusiasme, os (secundários) irmãos Zoe e Connor esforçam-se mas sozinhos não é suficiente, enquanto que os adultos da sala são um erro de casting, eufemisticamente falando, Gabriela Barros, filha, que fazes tu aí a desperdiçar tanto talento.
Salvou-se a temática, a solidão e o bullying, a depressão e o suicídio na adolescência, tudo o que nos ponha a falar uns com os outros sobre isto é positivo, mas quando pago um bilhete para ir ver um musical ao Maria Matos espero ir ver um espetáculo de primeira, o que me deram a ver foi uma festa de natal de um colégio mais investido, não foi bom.