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BURRO VELHO

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22
Out24

Dos espetáculos que vejo - Dear Evan Hansen

BURRO VELHO

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Tinhas as expetativas em alta, convenci-me que nada podia falhar neste DEAR EVAN HANSEN, a adaptação portuguesa em cena no Maria Matos, um muito premiado musical da Broadway, daqueles inspiracionais com músicas catitas, da malta que compôs o La La Land, e que no final nos deixa com um sorriso nos lábios, com o bónus de ter a Gabriela Barros no elenco de quem eu tanto gosto, pois bem, um verdadeiro fiasco.

Torci logo o nariz na primeiríssima cena, a forma frenética e apatetada como o protagonista teclava no computador, e esse foi o tom de todo o espetáculo, pateta e infantil, com os versos das canções carregadinhos de palavras que não encaixavam com a métrica das melodias, até eu ficava sem respirar ao tentar, sem sucesso, perceber o que os jovens atores estavam a cantar, um som péssimo, inaudível, sobretudo quando a banda em palco tocava ao mesmo tempo.

Não posso dizer que o elenco juvenil seja canastrão ou que desafine a cantar, mas não funciona de todo, sem qualquer carisma e incapazes de construir uma dinâmica de grupo que entusiasme, os (secundários) irmãos Zoe e Connor esforçam-se mas sozinhos não é suficiente, enquanto que os adultos da sala são um erro de casting, eufemisticamente falando, Gabriela Barros, filha, que fazes tu aí a desperdiçar tanto talento.

Salvou-se a temática, a solidão e o bullying, a depressão e o suicídio na adolescência, tudo o que nos ponha a falar uns com os outros sobre isto é positivo, mas quando pago um bilhete para ir ver um musical ao Maria Matos espero ir ver um espetáculo de primeira, o que me deram a ver foi uma festa de natal de um colégio mais investido, não foi bom.

 

27
Set23

Dos espetáculos de que gosto - Sonho de uma noite de verão

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O texto de Shakespeare está lá, mas Diogo Infante conseguiu encaixar músicas do nosso cancioneiro, que todos sabemos de cor, sobre o amor e o sonho, resultando muito bem num musical ao estilo Moulin Rouge, leve e divertido, sim, é Shakespeare, mas sim, é teatro comercial, para atrair público e ganhar dinheiro, por isso se não aprecia cantorias em palco saiba que vai sofrer, e se lhe arrepia a ideia de misturar Mónica Sintra, Dino Meira ou Clemente com o clássico dos clássicos, pior ainda, heresia, passe ao lado, senão aventure-se, são duas horas de comédia e de fábula encantada muito bem-dispostas.

Gostei de todo o elenco, ninguém esteve mal, mas o que eu me ri com o jovem ator que fez de Tisbe (não consegui identificar o nome), que boa impressão me deixou o Filóstrato ou o bobo de Oberon, Carlos Malvarez (desconhecia), que surpresa Mariana Pacheco a cantar, sempre um gosto ouvir a Soraia Tavares (eu apreciador de musicais me confesso), e que bom assistir a uma espécie de consagração, ou confirmação, dos filhos de Maria João Abreu, parece que a enorme simpatia e admiração que tinha pela mãe se pode assim transferir para os filhos, tendo-me rendido especialmente ao Demétrio de Miguel Raposo, que presença tão forte em palco, mas todos estão de parabéns.

Compreendo que as salas de teatro têm compromissos de agenda apertados, mas acho sempre frustrante um espetáculo estar em palco apenas três ou quatro sessões, muitas vezes um único fim-de-semana, frustrante para quem quer ver e frustrante para quem tanto trabalhou para montar a obra, mas neste caso a peça vai estar muito tempo em cena, que bom quando assim é.

Sonho de uma noite de verão, no Teatro da Trindade.

 

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