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BURRO VELHO

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07
Nov24

Das séries de que gosto - O Casal Perfeito

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O Casal Perfeito é uma minissérie de seis episódios de puro entretenimento, crime e mistério no privilégio da alta sociedade americana, aquela em que normalmente os maus safam-se sempre no final, vê-se com atenção, e surpresa, até ao final.

O elenco é excelente, a começar pela filha do Bono Vox que eu desconhecia, Eve Hewson, mas também Liev Schreiber, Dakota Fanning, Meghann Fahy, com destaque para a super talentosa Nicole Kidman, pode estar plastificada mas continua bonita e será sempre uma das atrizes mais incríveis que temos, muito bem.

E o genérico inicial, há alguém que salte a introdução e dispense aquela dança coreografada tão contagiante?

Na Netflix.

 

18
Out24

Das séries que eu vejo - Monsters, a história de Lyle e Erik Menendez

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‘Monsters – A história de Lyle e Erik Menendez’ é a nova série de Ryan Murphy, que em 9 episódios conta a história dos irmãos milionários de Beverly Hills que em 1989 assassinaram os pais a sangue-frio com requintes de malvadez, atingindo o seu ponto alto no episódio #4 onde mergulhamos até às entranhas na cabeça perturbada e doente daquele pai agressor e daqueles irmãos vítimas de um tremendo abuso psicológico e sexual, numa altura em que o abuso era relativizado de uma forma absolutamente inaceitável nos dias de hoje, a violência psicológica deste episódio faz-nos verdadeiramente contorcer no sofá e acreditar que este Monsters versão 2 nos vai levar às cordas mais vezes, na esteira de Monsters versão 1 em que os crimes de Dahmer nos deixavam altamente perturbados, mas desta feita assistimos mais a uma novela sem final feliz do que a uma história de true crime, pena, interessante mas soube manifestamente a pouco.

Na Netflix.

 

26
Set24

Dos filmes de que eu gosto - His Three Daughters, de Azazel Jacobs

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Até podíamos dizer que o filme HIS THREE DAUGHTERS, do realizador, para mim desconhecido, Azazel Jacobs, é um filme de atrizes, tal a força e a sensibilidade das três filhas, Carrie Coon, Elizabeth Olsen e Natasha Lyonne, esta última a ser mesmo ventilada para a próxima temporada de prémios, mas o filme é muito mais do que as três portentosas atrizes somadas, é um filme das palavras e da tensão dos afetos,  que vive no desconforto de uma família que quer fingir que se dá bem mas que na verdade não se dá de todo, uma família que já passou a fase da mágoa e dos traumas e que simplesmente já está deslaçada, desfeita, e quando o pai que ainda as une está no leito da morte, há coisas para gerir, sentimentos para disfarçar, emoções a irromper, verdades a revelar, impossível não ver His Three Daughers e não sentirmos ali um apertozinho no estômago.

Um excelente filme, com uma lindíssima fotografia de Nova Iorque, saturada, quase em sépia, e uma banda sonora do brasileiro Rodrigo Amarante que vou rapidamente descobrir.

Na Netflix.

 

27
Jun24

Das séries de que gosto - Eric

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Tenho um fascínio absoluto pela iconografia de Nova Iorque dos anos 70 e 80, suja, decadente e fumegante, só por isso ERIC já é uma delícia, mas se ERIC começa com um drama familiar e um mistério, vai depois evoluindo para muitas outras coisas, tornando-se cada vez mais escura e densa à medida que vai tocando nas relações familiares, na doença mental, nas dependências, no crime, pobreza, teias de poder, política, corrupção, racismo, homofobia, todo um imenso caldeirão de podridão que nos vai entranhando na pele sem apelo nem agravo, juntando-se tudo num final que nos convoca para a esperança.

Não há como não falar dos atores, se a Gaby Hoffmann é um portento de força, vulnerabilidade e desespero, se o português José Pimentão encarna o bem de forma muito convincente, entre todos os outros que são fabulosos não há como não engrandecer Benedict Cumberbatch, que prodígio de interpretação, aplausos para ele.

ERIC, uma das melhores minisséries do ano. Na Netflix.

 

21
Jun24

Das séries que eu vejo - Bridgerton

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A guilty pleasure das séries, fútil, tonta, algo infantilóide e a forçar algum erotismo sem necessidade, mas puro entretenimento do melhor que há, acabando por ser, de forma leve, divertida e sem um ativismo me too militante, das séries mais feministas de que me recordo, reivindicando para a mulher a possibilidade de ser inteligente, empoderada e dona de fazer o que quiser com o seu corpo.

Na Netflix.

 

04
Mai24

Das séries de que gosto - Baby Reindeer

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Porque é que só se fala de Baby Reindeer, a nova série da Netflix?

Inspirada em factos verídicos vividos pelo escocês Richard Gadd, protagonista, argumentista e realizador, Baby Reindeer é desde logo sobre um homem que é vítima de perseguição e abuso sexual, um homem que nunca se vitimiza e não tenta ser melhor daquilo que é, um homem que com tantos motivos para chorar ainda nos tenta fazer rir, mesmo que não consiga, mas Baby Reindeer é sobretudo sobre o poder absolutamente destrutivo de que a falta de autoestima tem sobre uma pessoa, sobre até qual o limite a que nos sujeitamos para ouvir um elogio.

Baby Reindeer é das séries mais cruas de que tenho memória, alternando entre o drama e a comédia e com um conjunto de atores superlativos, faz-nos mergulhar no abismo em que este homem se afundou, em que literalmente se afundou porque aquilo terá mesmo acontecido mais ou menos assim, entre um sorriso ou outro dá-nos um nó bem apertado na garganta, faz-nos rebolar no sofá, e lá dos fundilhos do inferno que este homem viveu recorda-nos que nunca devemos fazer mal à autoestima de ninguém, sem ela não somos ninguém.

É por isto.

 

18
Abr24

Das séries que eu adoro - Ripley

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Ripley pode muito bem vir a ser a melhor série de 2024, que portentosa obra-prima.

A partir do muito aclamado policial de Patricia Highsmith - ‘O talentoso Mr. Ripley’ -, tão bem e tantas vezes já adaptado ao cinema, a última das quais (que eu saiba) em 1999 pelo falecido Anthony Minghella, com Matt Damon, Jude Law, Gwyneth Paltrow, Cate Blanchett e Philip Seymour Hoffman (!!!), nesta série de 8 episódios de Steven Zaillian temos todo o tempo do mundo para testemunharmos as profundezas mais negras do ser humano, a ambiguidade de quem num momento suscita empatia e logo a seguir solta a besta inominável dentro de si, oito episódios em que estamos sempre expectantes no que pode acontecer a seguir, em que um simples ascensor dos anos 60 pode não ser só um simples ascensor, em que um gato majestoso que nos convoca com a força do seu olhar pode não ser simplesmente só um gato, onde tudo pode ser aquilo que aparenta ser ou não, onde o belo coabita sempre com o negro, são oito demorados e depurados episódios em que ansiamos por ver como a maldade displicente vai conseguir disfarçar-se sem mácula, onde nunca nos falta o ar mas estamos sempre em contenção, é a mestria em estado puro.

Não fosse suficiente a densidade com que submergimos neste policial, a qualidade dos seus atores (esta é a hora de Andrew Scott, a nova coqueluche do cinema mundial e o grande esquecido dos Óscares do ano passado), ou as músicas italianas dos anos 50, Ripley já era absolutamente imperdível pela sua esplendorosa fotografia a preto e branco, não há uma única cena que não seja de cortar a respiração, todo o requinte italiano dos anos 60, a atenção máxima em todos os detalhes, o autocarro que serpenteia na costa acidentada de Atrani, os Caravaggios e as lojas velhas de Nápoles, os Fiats nas calçadas empedradas de Roma, os sapatos Ferragamo, os cinzeiros, as villas, tudo e tudo e tudo – se eu pudesse ser turista apenas num único sítio seria certamente nesta Itália de Ripley.

Na Netflix.

05
Mar24

Das séries que eu vejo - Beef (Rixa)

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Não me parece que a série ‘Beef’ – ou ‘Rixa’ na versão portuguesa – seja propriamente uma comédia, tem muito humor, está carregadinha de sarcasmo, é uma paródia delirante sobre a raiva, a angústia, o aborrecimento, e as energias zen para combatermos a raiva, a angústia e o aborrecimento, e mistura cenas de pancadaria e perseguição com cenas fofinhas de meninos de coro de igreja ou o mundo celestial de quem consome e paga milhões por arte e por plantas miraculosas, ‘Beef’ é uma série cheia de camadas mas é uma série leve, despachada, divertida, mas não propriamente uma comédia, pelo menos a mim não me fez rir.

Estreada há quase um ano na Netflix, acabou de arrecadar tudo o que são prémios para melhor minissérie de 2023 (globos de ouro, emmys e mais uma dúzia deles).

 

 

01
Mar24

Dos filmes que vejo - A Sociedade da Neve

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Em 1972, um avião que transportava uma equipa de rugby e alguns familiares de Montevideo para Santiago do Chile despenhou-se na gelada cordilheira dos Andes, sendo o filme espanhol “A Sociedade da Neve” precisamente sobre a história dos 29 sobreviventes à queda do avião da Força Aérea do Uruguai, e não sendo, na minha opinião, merecedor da nomeação para o Óscar de melhor filme estrangeiro, ainda assim este sucesso da Netflix é sem dúvida um filme bastante interessante, não tanto por ser uma espécie de documentário muito fiel ao que possa ter acontecido, mas sobretudo por nos confrontar com o dilema que todos nós sentiríamos sobre os limites éticos aceitáveis para lutarmos pela nossa própria sobrevivência, muito interessante a forma como aquele grupo se conseguiu unir de forma tão solidária perante uma situação tão desesperante.

 

20
Fev24

Dos documentários que vejo - A Grande Noite da Pop

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No natal de 1984 Bob Geldof juntou as estrelas inglesas e irlandesas da pop para cantarem Do They Know It’s Christmas Time a favor das crianças que morriam à fome na Etiópia, sendo que os norte-americanos não quiseram ficar atrás, e mesmo sem fazerem ideia que havia fome na Etiópia, reuniram-se para cantar We Are The Word, e com este documentário podemos testemunhar todo o processo desde o nascimento da ideia, passando pela composição do tema e logística, até à gravação, que pérola tão grande podermos ver o processo criativo de alguns génios da pop americana, quase todos os vivos naquela altura, sendo que numa sala cheia de egos vemos como alguns são empenhados e sérios e outros uns pândegos divertidos, como o cansaço algures durante a noite, e que longa noite, fez parecer a coisa parecia tremida, mas no fim a coisa aconteceu mesmo – Lionel Richie, Michael Jackson, Stevie Wonder, Bruce Springsteen, Diana Ross, Tina Turner, Cyndi Lauper, Bob Dylan, Huey Lewis, Dionne Warwick, Willie Nelson, Bette Midler (que só cantou os coros), Kim Karnes, Kenny Rogers, Ray Charles, Al Jarreau, Billy Joel, Paul Simon e outros mais sob a batuta do produtor Quincy Jones, estão a brincar?

The Greatest Night In Pop, na Netflix.

 

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