Da festa dos Óscares - previsões e preferências
Este ano a cerimónia de entrega dos Óscares, na próxima madrugada de domingo para segunda, promete, e seguramente as audiências vão aumentar.
Desde logo porque a colheita é excelente e não há claros favoritos, quase todas as categorias estão em aberto, ao contrário dos últimos anos em que tivemos de levar com os desinteressantes vencedores antecipados, Oppenheimer e Everything Everywhere All at Once, este ano vai ser torcer até à abertura do envelope.
Para aguçar o apetite temos o apresentador, Conan O’Brien, e também, porque não, a expetativa de alguns discursos, vão apenas celebrar os filmes ou vão misturar cinema com política? Creio que este ano será inevitável.
Para melhor filme, darei uns valentes saltos se ganhar o Ainda Estou Aqui, não sendo possível estou muito dividido entre Anora e O Brutalista, mas tendo que escolher, talvez Anora, que também é o meu palpite para quem vai ganhar. Além destes, apenas Conclave tem hipóteses credíveis. Dune e Wicked, a sério?
Se o favorito para realizador começa a ser o Sean Baker, para equilibrar torço então por Brady Corbet, é baralhar e escolher entre O Brutalista ou Anora. Quem faltou na corrida? Ramell Ross.
Os atores este ano são fortíssimos, se Fiennes e Chalamet são fenomenais (entre estes escolhia Fiennes pela subtileza e pela merecida consagração), mas, apesar da polémica com a IA quando fala em húngaro, este ano ninguém o Adrian Brody é insuperável.
Nas atrizes, se a Demi Moore é a favorita, eu acho que vai haver surpresa e quem vai ganhar é a Mikey Madison, a nossa Nanda está a arrasar por Hollywood e tem algumas hipóteses, mas vai morrer na praia. Quem não quero que ganhe? Nenhuma, a não ser Madison ou Nanda. Quem devia estar nomeado e não está? Nicole Kidman e Angelina Jolie, sem qualquer dúvida, isto de serem mega estrelas não são só vantagens.
Nos atores secundários, só dá Kieran Kulkin, não venham dizer que é uma réplica da personagem de Succession, é só um prodígio, é o prémio mais previsível da noite (tão bom o Yuri Borisov).
Nas secundárias, ganha a Zoe Saldana, que está bem, mas vou torcer até ao fim pelos oito minutos de Isabella Rossellini, ou então por uma supresa chamada Monica Barbaro, Hollywood costuma gostar de surpreender nas atrizes secundárias.
Se no argumento adaptado a coisa é fácil, ganha Conclave, e não ganha mal apesar daquele final estapafúrdio - a torcer por Nickel Boys -, já no argumento original a coisa está renhida, deve ganhar Anora mas comigo muito indeciso entre O Ataque de 5 de Setembro e A Verdadeira Dor.
Por fim, melhor filme internacional? O Figo Sagrado é uma maravilha, mas a noite vai ser brasileira, que festa vai ser.
Perdedores da noite? Emilia Perez, que vai arrecadar 2 estatuetas, e o filme de Dylan que pode muito bem vir de mãos a abanar.
Voilá! É só uma festa, não mais do que isso.