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BURRO VELHO

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01
Mar25

Da festa dos Óscares - previsões e preferências

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Este ano a cerimónia de entrega dos Óscares, na próxima madrugada de domingo para segunda, promete, e seguramente as audiências vão aumentar.

Desde logo porque a colheita é excelente e não há claros favoritos, quase todas as categorias estão em aberto, ao contrário dos últimos anos em que tivemos de levar com os desinteressantes vencedores antecipados, Oppenheimer e Everything Everywhere All at Once, este ano vai ser torcer até à abertura do envelope.

Para aguçar o apetite temos o apresentador, Conan O’Brien, e também, porque não, a expetativa de alguns discursos, vão apenas celebrar os filmes ou vão misturar cinema com política? Creio que este ano será inevitável.

Para melhor filme, darei uns valentes saltos se ganhar o Ainda Estou Aqui, não sendo possível estou muito dividido entre Anora e O Brutalista, mas tendo que escolher, talvez Anora, que também é o meu palpite para quem vai ganhar. Além destes, apenas Conclave tem hipóteses credíveis. Dune e Wicked, a sério?

Se o favorito para realizador começa a ser o Sean Baker, para equilibrar torço então por Brady Corbet, é baralhar e escolher entre O Brutalista ou Anora. Quem faltou na corrida? Ramell Ross.

Os atores este ano são fortíssimos, se Fiennes e Chalamet são fenomenais (entre estes escolhia Fiennes pela subtileza e pela merecida consagração), mas, apesar da polémica com a IA quando fala em húngaro, este ano ninguém o Adrian Brody é insuperável. 

Nas atrizes, se a Demi Moore é a favorita, eu acho que vai haver surpresa e quem vai ganhar é a Mikey Madison, a nossa Nanda está a arrasar por Hollywood e tem algumas hipóteses, mas vai morrer na praia. Quem não quero que ganhe? Nenhuma, a não ser Madison ou Nanda. Quem devia estar nomeado e não está? Nicole Kidman e Angelina Jolie, sem qualquer dúvida, isto de serem mega estrelas não são só vantagens.

Nos atores secundários, só dá Kieran Kulkin, não venham dizer que é uma réplica da personagem de Succession, é só um prodígio, é o prémio mais previsível da noite (tão bom o Yuri Borisov).

Nas secundárias, ganha a Zoe Saldana, que está bem, mas vou torcer até ao fim pelos oito minutos de Isabella Rossellini, ou então por uma supresa chamada Monica Barbaro, Hollywood costuma gostar de surpreender nas atrizes secundárias.

Se no argumento adaptado a coisa é fácil, ganha Conclave, e não ganha mal apesar daquele final estapafúrdio - a torcer por Nickel Boys -, já no argumento original a coisa está renhida, deve ganhar Anora mas comigo muito indeciso entre O Ataque de 5 de Setembro e A Verdadeira Dor.

Por fim, melhor filme internacional? O Figo Sagrado é uma maravilha, mas a noite vai ser brasileira, que festa vai ser.

Perdedores da noite? Emilia Perez, que vai arrecadar 2 estatuetas, e o filme de Dylan que pode muito bem vir de mãos a abanar.

Voilá! É só uma festa, não mais do que isso.

 

13
Mar24

Ainda da noite dos Óscares

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Há muitos anos a esta parte que ouvimos sempre dizer que a cerimónia dos Óscares já não é o que era, a própria redução drástica das audiências tem vindo a atestar isso, pois bem, a cerimónia deste ano foi, apesar de totalmente previsível, um sucesso.

O apresentador, o comediante Jimmy Kimmel, teve uma postura mais institucional mas com um apuradíssimo sentido de humor, algo corrosivo como quando brincou com o passado de drogas de Robert Downey Jr., mas deliciosamente certeiro quando perguntou a Trump, que tinha acabado de tweetar contra Kimmel, se ainda não eram horas de ir para a prisão.

Além destas piadas houve mais gargalhadas como quando o wrestler John Cena entrou em palco (quase) nu para apresentar o óscar para o melhor guarda-roupa, foi divertido.

Não faltou o discurso emotivo e galvanizador de Da’Vine Joy Randolph e tivemos atores laureados no passado a homenagearem os atores nomeados, foi um momento inovador e muito sentido.

O In Memoriam, com o Andrea Bocelli e filho a cantarem Time to Say Goodbye enquanto recordaram a Tina Turner, o Tom Wilkinson, o Mathew Perry e todos os que partiram em 2023, foi aquilo que tem de ser, bonito e saudoso.

Sem politizar a festa, Hollywood não deixou de passar as suas mensagens políticas, quer com a mensagem em vídeo que Navalny nos deixou, a interpelar as pessoas do bem a não desistirem, quer com os discursos de aceitação dos prémios de Jonathan Glazer a favor das vítimas de Gaza e de Israel ou do realizador do documentário ‘20 dias em Mariupol’ a favor da Ucrânia, ou até mesmo os símbolos vermelhos nas lapelas e vestidos de muitos dos artistas e técnicos que subiram ao palco.

E os momentos musicais são sempre um marco da noite e foram inesquecíveis, se o meu momento favorito da noite foi ouvir os irmãos Billie Eilish e Phineas O´Connel, como não enaltecer a performance de Jon Baptiste a cantar para a mulher que estava na plateia ou vermos em palco os índios Osage, partilhando aqui convosco a atuação de Ryan Gosling e dos Kens a interpretar uma das músicas do filme Barbie, this is the pure joy of the oscars night.

 

10
Mar24

Da festa de Hollywood - a noite dos Óscares

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Numa noite que promete ser longa e de emoções fortes, nada melhor do que a festa do cinema para esquecer possíveis amargos de boca que a noite eleitoral nos possa trazer, e sim, a cerimónia de entrega dos Óscares é só isso, uma festa, nada mais do que isso, uma noite que não vai fazer com que as pessoas de Gaza ou da Ucrânia respirem melhor e que tão pouco vai consagrar todos os bons filmes, nem pouco mais ou menos, é apenas uma festa em que Hollywood celebra o cinema e graças aos ares de mudança que por lá se tem sentido - às vezes com uma tónica demasiado excessiva na preocupação em ser politicamente correto e não deixar nenhuma minoria de fora - uma celebração que cada vez mais abraça cinematografias de países onde a lingua inglesa não impera.

A colheita de 2023 foi memorável no que a filmes diz respeito, por isso não teremos maus filmes entre os vencedores, mas ainda não vai ser este ano que os meus favoritos vão sair vitoriosos, já nem me recordo de quando foi a última vez que saltei de alegria ao ouvir "and the Oscar goes to ...".

Maestro, Vidas Passadas e A Zona de Interesse, os meus grande favoritos, vão sair de mãos a abanar, com exceção do melhor filme internacional e talvez do melhor som, e não é que Oppenheimer desmereça, mas vou estar mesmo a torcer que hajam algumas surpresas e o filme de Christopher Nolan perca o maior número possível das 13 nomeações com que vai começar a noite, mas mesmo que os meus favoritos percam todos vamos ter sempre os outfits, o número de abertura, os discursos empolgantes, as homenagens, o ad memoriam, a Billie Eilish e o Jon Batiste e as coreografias de todos os candidatos a melhor canção original e muito mais.

Com a ressalva de que não vi American Fiction e de que a Emma Stone é para lá de maravilhosa, os meus desejos e as minhas previsões nas principais categorias são as seguintes:

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18
Fev24

Dos filmes de que gostamos - Os Excluídos

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OS EXCLUÍDOS, de Alexander Payne, é o clássico filme de professores e alunos com um mega boost de fofura e inspiração, que é como quem diz, é daqueles filmes que é uma delícia de ver, com três atores também eles inspiradíssimos, o gigante Paul Giamatti (co-favorito na corrida aos oscars com Cillian Murphy), Da’Vine Joy Randolph (grande favorita para atriz secundária) e o estreante Dominic Sessa.

Uma curiosidade que não deixa de ser sintomática daquilo que são as realidades europeia e americana, se a generalidade de nós, europeus, verá – creio – The Holdovers como um filme de adolescentes, ou sobre a adolescência, nos EUA o filme foi classificado como Restricted, só para adultos! What?

 

23
Jan24

Das coisas de cinema - as nomeações aos Óscares

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2023 foi um excelente ano para o cinema, não só por termos tido grandes filmes, mas também por as audiências em sala terem tido um boost fantástico, devemos esse sucesso não só aos blockbusters mas também a bons filmes comerciais, louve-se este regresso às salas porque o cinema não sobrevive se nos cingirmos apenas ao conforto do streaming em casa.

Mesmo naqueles filmes que pouco me entusiasmaram ou que gostei moderadamente – Oppenheimer, Napoleon, The Killer, Barbie, Henry Sugar -, reconheço aspetos de elevada qualidade, mas 2023 foi mesmo um ano excecional e com proveniência nas mais diversas geografias, encontramos filmes maravilhosos não só nos países anglo-saxónicos como também na Alemanha, França, Espanha, Japão, Itália, Bélgica, Tunísia, Turquia, Finlândia, e também Portugal, que grande colheita para os nossos filmes lusos (nomeando apenas três, Great Yarmouth, Mal Viver/Viver Mal, Légua) .

Os Óscares não são nenhum selo de qualidade, não são nenhum certificado que um filme é bom ou mau, a lista de obras-primas nunca premiadas é extensa, são apenas uma festa glamourosa que encanta as gentes do cinema, é apenas brilho, mas ficamos sempre satisfeitos quando vemos os nossos preferidos entre os nomeados, mesmo que depois eles percam todas as estatuetas, como têm perdido sempre nestes últimos anos e este ano parece provável que volte a acontecer, e se alguns dos meus favoritos foram olimpicamente ignorados (O Sol da Meia Noite; The Old Oak; All of Us Strangers), encontro entre os nomeados a maioria dos filmes que já vi entusiasticamente (Maestro; Vidas Passadas; Dias Perfeitos; Assassinos da Lua das Flores; May December) ou que ainda aguardo ansiosamente (A Zona de Interesse; Anatomia de uma Queda; Pobres Criaturas; The Holdovers) – como tenho vários favoritos resta-me então torcer por uma surpresa e que Oppenheimer não ganhe as 13 nomeações que levou para casa.

 

10
Mar23

Dos meus filmes - Ice Merchants

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Breves minutos de animação de traço simples, meio tosco e indefinido, cores saturadas, sonoridade musical muito envolvente, que sem nenhuma elaboração nos leva muito além do simples quotidiano repetitivo de uns bonecos que vendem gelo, leva-nos ao amor filial, ao risco da sobrevivência, à vertigem do abismo e às alterações climáticas, são breves minutos de poesia sem palavras.

Que festa seria se na madrugada de domingo recebesse o Óscar, mas a admiração e o orgulho de nós todos já ganhou.

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