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BURRO VELHO

BURRO VELHO

24
Jun25

Do estado da política e do mundo - chorar ou continuar a esquecer?

BURRO VELHO

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Tenho andado como aqueles três emojis dos macaquinhos que não falam, não ouvem e não veem, e a minha saúde mental muito agradece que assim continue, que é como quem diz, o mais alheado possível da triste realidade.

Se olharmos para lá das nossas fronteiras, num mundo em que a Nato deixou de ser qualquer segurança, bastam quatro nomes apenas para nos deixarem deprimidos e amedrontados, cagadinhos de medo, pardon mon french mas talvez seja mesmo essa a expressão mais indicada, Trump, Putin, Netanyahu e Khamenei, e fiquemos por aqui.

Dentro de portas, a intensidade do medo e o grau de insanidade não se compara, obviamente, mas também não está para sorrisos esperançosos, e não, eu não sou sempre do contra, há algumas coisas que até me parecem serem sinais positivos, sim, eu concordo com a intenção de se rever a lei da greve, de se ser mais rigoroso com quem quer imigrar, ou em dificultar a obtenção da nacionalidade portuguesa, como é possível que as meninas gémeas brasileiras tenham conseguido esse passaporte com tanta facilidade, como?

Mas os sintomas não são bons prenúncios.

Um primeiro-ministro cuja estatura moral e sensação de poder lhe permite fazer trocadilhos perigosos, e estou a ser muito benevolente com o adjetivo escolhido, com a raça lusitana (será que o Eusébio ainda tem lugar no panteão, questiono).

Um Governo a dificultar o direito à reintegração das famílias dos imigrantes porque bom bom é eles virem fazer o trabalho de escravo e permanecerem invisíveis, mudos e quedos.

Ou então um Moedas que desculpabiliza a agressão de um fascista a um ator, invocando horrores idênticos à extrema-esquerda (a sério? Hoje, em 2025?).

Ou um secretário regional da Madeira que insulta de forma abjeta deputadas eleitas, Eduardo Jesus de seu nome, não esquecer, e o senhor não se demite, o Presidente do Governo Regional da Madeira não o demite e o povo madeirense continua alegremente a votar neles, até porque, pasme-se, as palavras proferidas estão todas no dicionário, diz o senhor secretário da ... cultura, ironia das ironias.

Ou um PS com um brando Secretário-geral por ausência de comparência de eventual oposição interna, ou um Chega inflamado pelos tantos portugueses que perderam o pudor em assumir a pureza da raça, a tal, a suposta lusitana.

Todos nós vamos mudando com o tempo, mas se é um facto que eu terei mudado, é igualmente facto que este PSD mudou muito mais, que saudades daquele tempo em que ao invés de sorrisos escarninhos, tínhamos partidos humanistas ao comando do país.

E que o mundo não se esqueça da Palestina!

🙈🙉🙊

 

10
Mar25

Da atualidade política - Pedro Nuno Santos e a moção de confiança

BURRO VELHO

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Pedro Nuno Santos devia mandar a coerência às malvas e fazer um favor ao país, estou convencido de  que até mesmo a si próprio, não votando contra a moção de confiança e assim permitir que o Governo continue em funções.

É um facto que a queda do Governo vai paralisar o país até ao final do Verão, mas sendo eu a favor de que as legislaturas se cumpram até ao fim, também não acompanho quem demoniza as eleições, se as circunstâncias o justificarem, pois que seja.

Também não alinho no discurso contra as CPI, a sua banalização, a judicialização da política, o enxovalho da vida pessoal, não se investigam empresas privadas, isto e mais umas botas, era o que faltava, se há dúvidas no escrutínio e na transparência em matérias tão importantes, que se avance sem demoras, e há matéria mais importante que a crença absoluta na idoneidade de quem nos governa?

O pior se o país for já para eleições não é o país ficar paralisado, é a por muitos desejada normalização pelos votos do que possa ser incómodo, se o país elegeu é porque está tudo bem, dirão, e continuarmos assim a ter um primeiro-ministro com a sua credibilidade ferida de morte, se assim for nunca será levado a sério até ao dia em que deixe de ser um ativo e os seus pares o deixem cair.

Os bastidores da política por vezes são ínvios, e a prudência de quem se cala por vezes não é em favor dos interesses do país, por isso Pedro Nuno, deixa lá o Governo continuar mas venha lá essa CPI de que Montenegro foge como o diabo da cruz.

 

18
Fev25

Das coisas da política - a desagregação das freguesias

BURRO VELHO

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Na política concordamos com algumas coisas, com outras nem tanto, mas, normalmente, nestas em que estamos de desacordo conseguimos compreender as motivações de quem defende uma determinada posição, mas esta lei da desagregação das freguesias só me suscita pasmo, é algo que me ultrapassa, mas porque raio é que vamos desperdiçar uma das poucas coisas boas da Troika, porquê?

 A justificação do veto presidencial foi muito pífia, uma pequena démarche para ganhar tempo, mas a explicação do PSD para confirmar a decisão pior ainda, vai-se confirmar a lei porque estão criadas expetativas? Desde quando é a aprovação de uma lei depende das expetativas e quando é que deixou de ser em função do certo e errado?

Esta desagregação é absolutamente indefensável, só serve para duas coisas, para amainar um provincianismo bacoco e para continuar a alimentar um miserável clientelismo partidário, que vergonha, e que esta vergonha cubra todos os deputados que a votarão favoravelmente, ou seja, quase todos.

Os únicos que destoaram do sim em uníssono são os deputados da Iniciativa Liberal, dir-me-ão que têm pouco a perder, talvez, mas deixo aqui o meu Bravo à Iniciativa Liberal.

 

30
Jan25

Das coisas da Política, porque tudo é política

BURRO VELHO

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A última vez que o Burro escreveu aqui sobre política foi no rescaldo da derrota de Kamala Harris, o cenário era tão triste que mais valia falar sobre séries e filmes para sobreviver melhor à angustiante atualidade ,e assim continua, mas entretanto vontade não me faltou de vir aqui comentar algumas coisinhas.

Dentro de portas temos o boçal Arruda e o roubo das malas, o que mais inquieta não é o ridículo da situação, é sermos confrontados com o nível de indigência a que estamos sujeitos na Assembleia da República, a casa que devia ser a mais nobre do país, pois pois. Ah, e neste caso a presunção da inocência foi enviada para as calendas, os pilhas galinhas não têm essa prerrogativa, só os vigaristas mais encartados – qual presunção qual carapuça, invocar a politicamente correta presunção de inocência é tão disparatado como o dito Arruda alegar que as imagens foram feitas com recurso à inteligência artificial, é óbvio que o homem não é sério, mas daí até termos alguns senadores da república virem a terreno defender que o senhor devia ser destituído da Assembleia vai uma grande distância, esta gente nem as pensa.

Ou então as grávidas no Bloco, situação que me parece bastante mais grave, porque a vigarice de Arruda é-lhe sobretudo imputável a si só (em parte também a quem o escolheu, certo), mas no caso da hipocrisia das senhoras do Bloco é tema de regime, as donas da moral que enchem os pulmões para atacar o capitalismo, afinal são elas próprias piores do que os maquiavélicos empresários da nação, a velha história do ouçam o que eu digo, não olhem para o que eu faço, não é que isto nos surpreenda por aí além, mas é trágico, estas senhoras deviam seguir viagem e deixar a vida política, erraram, então que assumam.

Temos uma polémica lei dos solos que foi aprovada de forma apressada e com pouco escrutínio público, em que um secretário de estado de forma precavida cria uma empresa familiar umas semanas antes de a coisa vir à baila, senão foi à socapa assim pareceu, mas dizem que é ingénuo, até pode ser mas ao que consta a Procuradoria Europeia já o conhece de outras vidas.

Pedro Nuno Santos aproximou-se da extrema-direita porque evoluiu na posição do PS sobre imigração, aqui d’el Rey que dizer que quem chega tem de respeitar os nossos costumes, e não a lei, é ser reacionário, poupem-nos, e poupem-nos também com a história de que a Alexandra Leitão é radical, e depois sou eu que vejo muitos filmes, enfim.

Também tivemos o Gandra, se formos por caras, esse nunca me enganou, mas as caras aqui nada contam, e pouco me interessa que o senhor fosse cirurgião no país inteiro, mas o que fazer com estas pessoas que se acham mais espertas do que as outras e abrem empresas em nome de filhos menores para faturarem serviços que lhes são proibidos por lei?

O tema das presidenciais também entusiasma, o Almirante de quem continuamos sem conhecer o que pensa sobre tudo e um país que acha que distribuir vacinas e ser autoritário são tributos meritórios, e suficientes, para se ser chefe de estado, ou um Marques Mendes que ultimamente deve ter rezado a todos os santinhos para não ter de ser o candidato do PSD e escapar a uma derrota quase certa, ou um PS que deseja que Dona Constança venha finalmente à festa e espante Seguro, porque um Presidente sério e cinzentão é coisa que não serve ao país, melhor do que isso só mesmo a classe de Augusto Santos Silva, sempre um senhor – ironia, ok?

E a palavra do ano, a percepção? E aquelas cargas policiais que não lembram ao arco da velha, o policiamento de proximidade ou o Martim Moniz? Percepção uma ova, precisamos da polícia na rua sim, do Martim Moniz posso falar com conhecimento de causa e é inequívoco o aumento da insegurança nos últimos anos, além das pessoas a consumirem à nossa frente já não chegam os dedos das mãos para as cenas de grande violência que já lá assisti, e a horas decentes.

Vale a pena ir para fora de portas? Netanyahu e a Palestina, Putin e a Ucrânia, Trump e o mundo inteiro, Musk e os nazis…

Ah, já vai sendo frequente quem defenda que se fechem as contas do X-Twitter ou deixem de comprar carros da Tesla, a sério? Defendo um consumo consciente e não tenho, nem tenciono ter, nenhum desses produtos, mas se boicotarmos os produtos das empresas daquele bando de bilionários Trumpistas, então somos capazes de ter de voltar à vida simples no campo, e mesmo aí os satélites da Starlink podem ser preciosos.

Aqui o Burro gosta de política, mas o melhor mesmo é continuar a ver filmes e séries e essas coisas que não interessam nada.

 

13
Nov24

Das coisas da Política - chorar ou esquecer?

BURRO VELHO

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Nos últimos dias tenho pensado em partilhar convosco alguns estados de alma sobre alguns factos políticos, sobre a desesperançada derrota de Kamala Harris e a forma como ilusoriamente acreditei que podia vencer, sobre como de repente passou a ser uma péssima candidata que fez uma campanha terrível, e de como afinal Trump nem é assim tão mau, se fosse os mercados não teriam disparado nem teria tido tantos eleitores a votar nele, porque a democracia exige que tenhamos de reconhecer que o eleitor médio dos EUA tem padrões de exigência elevados, eufemisticamente falando, que não são racistas, sexistas e pouco inteligentes, é inegável que os democratas esqueceram os metalúrgicos e é Elon Musk quem os vai proteger, ou a forma como Zelenski felicitou Trump pela sua impressionante vitória, ah pois pudera, o homem está a ver a coisa negra mas talvez fosse escusado tanta subserviência, de Netanyahu já nem falo, é mau demais, ou então poderia discorrer sobre o saco de pancada do autarca de Loures Ricardo Leão, esse fascista que quer pôr uma assistente social a verificar se a criancinha pode ou não comer na cantina da escola se os pais comerem croissants todos os dias na pastelaria da rua, e não pagarem 10€ por mês para a sopa na escola, repudiem já este senhor, vamos já levantar as barreiras da higienização social e demitir-nos sem demora dos lugares onde esse senhor também se senta, como Alexandra Leitão fez tão prontamente, ou gozar com ele nos programas de humor, sim porque o RAP que eu muito admiro percebe imenso do que se passa numa escola pública, ou então da pequena cretinice a que Costa não resistiu para tentar dar uma alfinetada ao seu delfim Pedro Nuno Santos, aguardemos para ver quais são as suas fronteiras com a extrema-direita quando se sentar à mesa com alguns senhores da Europa, Orban e Merloni à cabeça, ou então da ministra que não sabe dizer pão mas ao que parece não é burra nenhuma, ou então da outra ministra que verborreia e prepotência não lhe falta, mas ao que parece para além de fazer promessas, anunciar despedimentos e dizer que não mente, sabe fazer pouco, dessa mesma ministra que acha que é suficiente dizer aos portugueses que o Governo abriu concurso para 200 técnicos para o INEM quando sabe perfeitamente que naquelas condições ninguém no seu perfeito juízo vai concorrer, ou para o helitransporte com preços tais que se sabe de antemão que nenhum fornecedor vai apresentar proposta, essa senhora ministra que sabe muito mas acha que os portugueses pensam pouco, ou então do primeiro-ministro que tem mais do que fazer do que se preocupar se o INEM faz ou deixa de fazer greve às horas extraordinárias, ora essa, era o que faltava, não vá cair outro helicóptero ao rio e ele ter de ir a correr tirar umas fotos, de facto apetecia-me dizer algo sobre estas coisas, mas é tudo tão triste que não me apetece chafurdar mais na lama, mais vale falar de séries e filmes que nos fazem esquecer por um bocado tudo isto, e o que não falta aí são coisas que valem mesmo muito a pena ver.

 

23
Out24

Da atualidade política - as aulas de cidadania e o PSD medieval

BURRO VELHO

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Nas aulas obrigatórias da disciplina de Cidadania, do quinto ao nono ano, devem ser abordados temas como direitos humanos, civismo, multiculturalidade ou sustentabilidade, não contestando eu que haja margem de melhoria na forma como estes conteúdos são estruturados e transmitidos aos alunos, nem ignorando tão pouco que os alunos se estão a marimbar para a disciplina, um desperdício de tempo, pensarão, até aqui tudo bem, a porca começa a torcer o rabo quando começamos a entrar nos caminhos da saúde, não tanto quando aborda coisas como a alimentação ou as drogas, mas sim quando a escola quer impingir uma cartilha sobre a sexualidade, o escândalo é quando um qualquer professor vem doutrinar as minhas crianças sobre a diversidade sexual, a identidade de género, a contraceção ou a gravidez na adolescência, ou até mesmo sobre o afeto e respeito na sexualidade, aqui d’el Rey que as minhas crianças vão ser contaminadas por uma qualquer doença libertária.

Mas fiquemos descansados, temos Montenegro, o salvador que nos vai libertar das amarras ideológicas (ler com uma entoação carregada e bem dramática, amaaaarras ideolóoooogicas), salvé o nosso líder.

Não vou dissertar aqui sobre a bondade desta disciplina, essa discussão já foi feita há muito e em vários países da europa, o próprio Tribunal Europeu dos Direitos Humanos já foi claro sobre isso, uma criança não pode ser privada da sensibilização e do acesso ao conhecimento destas matérias só porque os pais em casa não querem, não conseguem ou não sabem falar sobre estas coisas, tão pouco me quero alongar sobre a cabeça destes pais que acham que os seus filhos cairão irremediavelmente em pecado só porque ouviram na escola que aceitar a diversidade é fixe, isto é tão idade média, ainda menos me interessa o facto de que Montenegro continua a querer impressionar o seu eleitorado com o anúncio repetido de novidades já velhas e que ainda não saíram do papel, o que me preocupa verdadeiramente aqui são os Aplausos!

Fazendo fé nos jornalistas que fizeram a cobertura do congresso do PSD do último fim de semana, foi a libertação ideológica das aulas de Cidadania que mais galvanizou os militantes, qual aplauso entusiasmado, e isto é algo que me aflige, não tanto o oportunismo ou a forma vaga como foi feito o anúncio, não tanto a importância relativa que este assunto deve merecer nas principais prioridades para a escola e para o país, não tanto se Montenegro acredita no seu íntimo nas coisas que diz, mas o facto de que Montenegro pensa que, para conquistar os seus militantes e ganhar votos à direita, tem de impedir que as escolas discutam a importância do reconhecimento à diversidade sexual, pondo as nossas famílias em perigo, perdoem-me, mesmo que em substância tudo isto seja lana-caprima, há que dizer, isto não é ser conservador, isto é ser perigosamente bacoco e abrir portas ao retrocesso civilizacional, se as bases e os líderes desta direita acham que ser de direita é ser puritano e preconceituoso, então esta direita está a reconhecer aquilo que a esquerda adora invocar para si, que defender uma sociedade desenvolvida e humanista é exclusivo da malta de esquerda, tão triste.

 

16
Out24

Da atualidade política – o orçamento, Montenegro, Pedro Nuno e Alexandra Leitão

BURRO VELHO

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Pedro Nuno Santos tem mostrado que é hábil em arranjar lenha para se queimar, teria sido tão muito mais simples se tivesse há muito anunciado que o PS viabilizaria o orçamento 2025 com uma abstenção, ou que, ao invés, o votaria contra, sem qualquer negociação, quanto a mim errou quando quis impor a marca socialista num Governo que não o seu, até porque lhe tem corrido tudo mal sempre que abre a boca e no final dificilmente sairá bem da fotografia.

Parece-me um pouco contranatura ver o Governo apresentar uma proposta irrecusável desvirtuando por completo o seu programa eleitoral, nessa perspetiva vejo mais as cedências do IRC e IRS Jovem como uma vitória de pirro de Pedro Nuno Santos do que uma boa saída para Montenegro, por muito que este quisesse descalçar a bota do IRS Jovem se não o deixam governar em conformidade com a espinha dorsal da sua estratégia económica devia ir a eleições, mas se Montenegro mais uma vez mostrou ser um taticista e não um primeiro-ministro com uma visão política para o país, o certo é que deixou o líder do PS numa posição incómoda, acredito mesmo que por esta é que Pedro Nuno não contava, quando queria empurrar o Governo para o Chega ficou com o menino nas mãos, apesar das intransponíveis linhas vermelhas como é que tem condições agora para rejeitar a proposta do orçamento e mergulhar o país noutra crise política, fazendo parar tudo durante mais uns meses.

Sinceramente acredito que Pedro Nuno Santos quer viabilizar a proposta, mas temos ainda no puzzle Alexandra Leitão, uma política a quem reconheço inteligência, preparação, coragem e um sentido humanista da sociedade, mas por vezes aqui e ali algo destemperada, e porque será que às vezes tenho a sensação de que, surpreendentemente, a oposição é mais feita por ela do que pelo próprio líder do PS?

Será que vamos ter o Não desejado pela líder parlamentar ou o Sim envergonhado de número 1 do PS? Saberemos nas cenas dos próximos capítulos.

 

04
Out24

Da atualidade política - as boutades de Hugo Soares II

BURRO VELHO

 

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Ainda não sabemos o que vai acontecer com o Orçamento Geral do Estado para 2025, Montenegro surpreendeu no nível da "intensidade" das cedências e Pedro Nuno Santos parece ter poucos argumentos para o rejeitar, mas a procissão ainda vai no adro, aguardemos, mas agora que o dossier IRS Jovem parece ultrapassado, recupero um episódio cuja relevância efetiva já expirou, mas aos meus olhos ainda com bastante significado.

Já aqui manifestei a avaliação negativa que faço da persona política de Hugo Soares, líder do grupo parlamentar do PSD e negociador avançado com o PS sobre o Orçamento 2025, não aprecio o seu estilo algo arruaceiro, acho que o seu perfil belicoso, beligerante mesmo, não faz bem à política.

Montenegro lá achará acertado dar-lhe palco e rédea solta, uma espécie de estratégia pára-raios, enquanto se discute as excentricidades, eufemisticamente falando, de Hugo Soares, folgam as costas do PM, e temos de reconhecer que Hugo Soares não nos facilita a vida, é mesmo difícil não reagir a algumas das suas bacoradas.

No programa da Sic-Notícias ‘O Expresso da meia-noite’, discutia-se há alguns dias a bondade da medida do IRS Jovem, iniciativa posta em causa por todos, incluindo pelo próprio FMI, não só por suscitar problemas de equidade e pelo rombo no orçamento de mais de mil milhões de euros, mas sobretudo por não estarem reunidas evidências de que produziria os resultados esperados, controlar a fuga de jovens cérebros para o exterior, de tal modo controversa que o Governo aproveitou a oportunidade para deixar cair a proposta e assim salvar a face.

Quando Angela Silva e Luis Aguiar-Conraria apresentaram esses mesmos argumentos, uma medida muito cara, iníqua e, sobretudo, de resultados efetivos muito duvidosos, eis senão quando Hugo Soares nos conseguiu, ainda, surpreender, assumindo que não estava certo que essa proposta produzisse todos os efeitos desejados, e estou a citar, mas era assumidamente “agressiva” e não se pode permitir que os nossos pais e avós continuem a ver os seus filhos e netos a terem de emigrar, por isso, sendo certo de que a medida nunca havia sido testada, nem academicamente, valeria a pena acreditar e arriscar, porque ele acreditava - "deixem-me acreditar".

Este senhor deputado, que se senta à mesa das negociações orçamentais, tinha uma FEZADA que se gastássemos mais de mil milhões de euros seríamos capazes, com sorte, de reter os nossos jovens, uma intuição, em boa-hora terá sido posto um travão a este desvario, que seja por Deus.

 

24
Ago24

Da atualidade política - as boutades de Hugo Soares

BURRO VELHO

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Hugo Soares disse ao jornal Expresso que tem dúvidas se votaria em Donald Trump ou em Kamala Harris, se está com tantas dúvidas se calhar é porque lá no fundo sabe que votaria em Trump….

Perdoai-o Senhor, que não sabe o que diz…

Ai é verdade, este senhor tem responsabilidades políticas no partido que nos governa, livrai-nos do mal Senhor, livrai-nos do mal porque este senhor também manda no país - que o PSD não queira fazer o seu endorsement a nenhum dos candidatos, eu até consigo compreender, agora esta declaração é estarrecedora.

 

17
Abr24

Da atualidade política - o embusteiro

BURRO VELHO

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Claro que Montenegro e o PSD mentiram à fartazana com o tão prometido choque fiscal, simplesmente a principal promessa eleitoral e a primeira medida a ser anunciada no programa do Governo, coisa pouca - podem dizer à vontade que os jornalistas e a oposição se não perguntaram foi porque não quiseram, trabalhassem - por acaso a IL até perguntou de forma insistente e bem explícita -, podem até dizer que o que sempre prometeram foi uma redução de 1.500 milhões de euros em 2024 face a 2023, ou seja, nunca afirmaram preto no branco de quem era a paternidade da dita redução nunca antes vista pelos portugueses, podem dizer tudo e mais alguma coisa com aquele sorriso seráfico tão próprio de quem nada tem para dizer, ou melhor, de quem sempre espera para ver donde sopram ventos de feição antes de nos comprometermos seja com o que for, o verdadeiro catavento, podem até mandar o Ministro dos Assuntos Parlamentares aguentar-se à bronca no Parlamento e esconderem o Ministro das Finanças em Nova Iorque, mas a verdade é que nosso Primeiro e a sua entourage mentiu aos Portugueses com quantos dentes têm na boca, ou trocando por miúdos, o tal embuste (mentira ardilosa, patranha, logro).

Mas há uma coisa que não entendo - se calhar até há muitas -, que é ouvir tantas vozes, jornalistas, comentadores, oposição e correligionários de partido, afirmarem que isto foi um rude golpe na credibilidade de Montenegro e do seu Governo, mas como um rude golpe se nunca a tiveram, como perder uma coisa que nunca se teve?

Ou alguma vez alguém com dois dedos de testa acreditou no cenário macroeconómico da AD, que com um toque de midas fruto do milagroso choque fiscal (aquele que afinal se deve em 88% à dupla Costa & Medina), e do aumento do consumo interno, ia pôr o país sempre a crescer até ao final da legislatura (3,4% em 2028), aumentando ao mesmo tempo médicos, professores, polícias, oficiais de justiça e tudo o que tenha força para fazer greve, tudo isto ao mesmo tempo que vai assegurar um ligeiro excedente orçamental (algo elementar para quem vai arrecadar menos impostos e ter muito mais despesa, ironia, ok?) – com este nível de 'ambição', que sustentou todas as promessas possíveis e imaginárias, acham mesmo que ainda havia credibilidade para o Governo perder?

Aguardemos para ver como é que aos poucos estas botas vão sendo descalçadas, aguardemos.

 

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