Da TV de que eu gosto - Portugal de ...
Tenho uma relação ambígua e paradoxal com o Luís Osório, acho-o conhecedor e inteligente e normalmente gosto de o ler, mas enquanto seu leitor e seguidor tenho dificuldade em levar com o seu enorme ego que não consegue disfarçar, mas nesta série documental ‘Portugal de...’, exibida na RTP2 às quartas-feiras, não é de si que se trata e sabe dar tribuna aos seus convidados, cuja escolha conhecida até agora, Martim Sousa Tavares, Joana Barrios e Tiago Rodrigues, muito revela sobre qual a portugalidade que Osório aprecia e gosta de louvar, que em grande parte é também o Portugal que eu prefiro reconhecer, um Portugal que não é aquele poucochinho de Marcelo do ‘somos fado, somos bacalhau e somos Ronaldo’, não negando que também o somos e se eu adoro fado e bacalhau, antes um Portugal citadino mas que vive melhor no campo, um Portugal culto e progressista mas que respira melhor nas suas origens, na terra, nos sabores simples de antanho, na sabedoria popular das pessoas que dizem coisas tão simples e bonitas como ‘luar de janeiro não tem parceiro, mas lá vem o de agosto que lhe dá no rosto’, de pessoas como Joana Barrios que não se conforma que em Lisboa ninguém saiba o que é a falta de água ou que todos saibamos associar os logotipos às marcas mas não saibamos associar uma folha à sua árvore.